Ômicron encontrada em 70% dos genomas sequenciados na África do Sul

Nesta sexta-feira (3), 16,055 novos casos da doença foram registrados -- 468% mais do que na semana passada. Autoridades de saúde sugerem influência da nova variante
Amostras Covid-19
Imagem: Testalize.me, Unsplash/Reprodução

A África do Sul está enfrentando sua quarta onda de Covid-19. Nesta sexta-feira (3), 16,055 novos casos da doença foram registrados — 468% mais do que na semana passada. A mudança vem pouco mais de uma semana após o país ter detectado a variante ômicron, que tem preocupado autoridades de todo o mundo. 

A ômicron é classificada pela OMS como variante de preocupação. Ela possui dezenas de mutações com potencial para torná-la mais transmissível do que outros vírus em circulação, e também mais resistente às vacinas já disponíveis no mercado. Ainda são necessários mais estudos para confirmar seus riscos, mas os cientistas já acompanham de perto seu comportamento.

De acordo com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis (NICD) da África do Sul, mais de 70% de todos os genomas de vírus que foram sequenciados no último mês eram da nova variante. Em meados de novembro, o país estava registrando cerca de 300 casos de Covid-19 por dia, e as autoridades de saúde acreditam que o aumento recente tenha relação com a ômicron. 

Ainda é cedo para dizer se a ômicron causa quadros graves ou é mais letal do que outras variantes já em circulação. De toda forma, o NICD informou que a maior parte das pessoas hospitalizadas na África do Sul não havia sido vacinada contra o Sars-CoV-2. 

Menos de 30% da população sul-africana foi imunizada. E, ao contrário do que acontece em outras regiões mais pobres da África, esse percentual não é explicada puramente pela falta de vacinas, mas sim pela baixa adesão da sociedade. Joe Phaahla, Ministro da Saúde do país, acredita que a desinformação e outros mitos criados em torno do imunizante estejam assustando a população, principalmente os mais jovens.

Logo após o anúncio da detecção da variante ômicron, muitos países fecharam suas fronteiras para viajantes do continente africano. Porém, não é possível afirmar que a mutação ocorreu lá, apenas que os sul-africanos foram os primeiros a detectá-la. O próprio chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, chegou a dizer que as medidas restritivas estavam penalizando o sul da África. 

Agora, a ômicron já foi identificada em 38 países, incluindo Índia, Reino Unido, Estados Unidos e até mesmo o Brasil. Na última atualização do Ministério da Saúde, cinco casos já haviam sido confirmados por aqui.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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