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Os pequenos telescópios que podem salvar a Terra da destruição por asteroides

O meteorito que atingiu Chelyabinsk (Rússia) na semana passada tinha 15m de largura, 10.000 toneladas e o triplo de força da bomba nuclear lançada sobre Hiroshima. Ou seja, não é algo a se desprezar. Mas, no que se trata de meteoritos em geral, esse aí foi um anão cosmológico. Rochas espaciais com cerca de 30 […]

O meteorito que atingiu Chelyabinsk (Rússia) na semana passada tinha 15m de largura, 10.000 toneladas e o triplo de força da bomba nuclear lançada sobre Hiroshima. Ou seja, não é algo a se desprezar. Mas, no que se trata de meteoritos em geral, esse aí foi um anão cosmológico.

Rochas espaciais com cerca de 30 m de largura – e maior potencial de destruição – também atingem o planeta com certa frequência, e nós decididamente queremos evitar algo como o meteoro que atingiu Tunguska em 1908, com quase 50 m de diâmetro.

Estes asteroides “assassinos” são raros, porém conseguem destruir uma cidade do tamanho de Moscou, e matam mais de 30.000 pessoas na hora. Felizmente, quando for ativado um novo sistema para rastreamento de meteoros, comandado pela Universidade do Havaí (EUA), será possível prever impactos de meteoros com muito mais precisão.

O sistema é conhecido como ATLAS (Sistema de Último Alerta para Impacto Asteroide-Terra), e consiste em dois observatórios localizados a cerca de 100 km de distância, cada um equipado com quatro telescópios de 25 cm equipados com câmeras de 100 megapixels. Juntos, estes observatórios escaneiam o céu visível duas vezes por noite. Se um objeto se mover em relação ao seu local anterior, ele será marcado para investigação.

Os telescópios, apesar de relativamente pequenos, serão sensíveis o bastante para detectar uma ameaça e estimar seu local e hora exata de impacto. De acordo com o astrônomo John Tonry, da Universidade do Havaí, esses telescópios são tão precisos que poderiam detectar um fósforo se acendendo em Nova York a partir da ponte Golden Gate (em San Francisco), a cerca de 4.800 km de distância.

O projeto ficou parado pelo menos desde 2010, mas parece que o voo rasante do asteroide 2012 DA14 deu o impulso suficiente para iniciar o financiamento do projeto – US$ 5 milhões em uma concessão de cinco anos, vindos da NASA. Isso é o suficiente para construir dois observatórios, desenvolver o software necessário, e pagar os funcionários do programa por 48 meses.

O ATLAS vai complementar o projeto Pan-STARRS, um sistema que procura por grandes asteroides “assassinos” anos, décadas e até mesmo séculos antes de chegarem à Terra. Enquanto o Pan-STARRS leva um mês para completar uma varredura detalhada do céu, o ATLAS vai ficar de olho em ameaças mais próximas, e ajudar a identificar asteroides menores que atingem a Terra com muito mais frequência.

Espera-se que o ATLAS detecte metade dos asteroides com 50 m de diâmetro no sistema solar, e dois terços dos destruidores de planetas com até 140 m de largura que estariam próximos da Terra.

Isto daria às pessoas na zona de impacto entre alguns dias e algumas semanas para fugirem, dependendo do tamanho da rocha. E, embora a taxa de detecção do sistema provavelmente nunca passe de 75%, ele será coordenado com outros caçadores espaciais de cometas, como os telescópios NEO e Pan-STARRS.

“Nós queremos nos colocar no caminho de descobrir o inesperado”, disse Tonry. Por isso, o ATLAS também deve rastrear eventos astronômicos mais benignos como supernovas, estrelas variáveis, ondas de gravidade e impactos de asteroides no cinturão de Kuiper. [Live Science – Space –Falling Star – Space Daily]

Imagens: Cardens Design/Shutterstock; John Tonry, University of Hawaii (protótipo do ATLAS); The History of Video Games (jogo Asteroids)

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