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Paciente não espalhou o coronavírus antes de apresentar sintomas, dizem especialistas

Pesquisadores descreditaram descobertas que sugeriam que o coronavírus poderia ser espalhado por pessoas que não apresentavam sintomas.

Imagem: Getty Images

Uma das preocupações mais assustadoras sobre o coronavírus de Wuhan pode ser exagerada. Nesta semana, pesquisadores parecem ter refutado descobertas da semana passada que sugeriam que o vírus poderia ser espalhado por pessoas que não apresentavam sintomas. De fato, parece que a paciente inicialmente suspeita de transmitir a infecção enquanto estava assintomática na verdade já estava se sentindo mal no momento em que infectou outras pessoas.

Na semana passada, em 30 de janeiro, um artigo do New England Journal of Medicine detalhou quatro dos primeiros casos documentados na Alemanha (atualmente existem 12) do vírus conhecido como 2019-nCoV.

Acredita-se que o primeiro paciente e possivelmente outros sido contaminados por meio de uma colega de negócios, uma mulher que havia viajado recentemente de Xangai. O estudo dizia que a mulher parecia perfeitamente saudável no momento da provável transmissão, aparentemente confirmando o medo de que o vírus pudesse se espalhar por pessoas assintomáticas.

Mas, no final, parece que os autores nunca conversaram com a mulher, baseando-se em relatos ouvidos de outros pacientes.

Depois que o artigo foi publicado, a Science informou na segunda-feira que autoridades alemãs de saúde pública entraram em contato com a mulher e descobriram que ela apresentava sintomas indicativos de uma infecção aguda na época, como febre e dores no corpo.

Os outros pacientes talvez não soubessem que ela estava doente porque tinha tomado acetaminofeno (também conhecido como paracetamol) para diminuir a febre, de acordo com a Science.

A agência de saúde pública alemã Instituto Robert Koch enviou uma carta para a revista científica apontando o erro, informou a Science.

“Sinto-me mal com o que aconteceu, mas não acho que alguém tenha culpa aqui”, disse à Science o coautor do estudo Christian Drosten, virologista que realizou os testes de laboratório detalhados no estudo. “Aparentemente, a mulher não pôde ser contatada a princípio e as pessoas sentiram que isso precisava ser comunicado rapidamente.”

A confusão, embora mostre a importância de verificar suas fontes, não significa necessariamente que pessoas assintomáticas não possam transmitir o vírus.

As autoridades de saúde chinesas haviam levantado a possibilidade de que isso acontecesse antes mesmo dos casos na Alemanha serem conhecidos. Ao mesmo tempo, não é provável que seja uma das principais fontes de transmissão — certamente não em comparação com os casos causados ​​pelo contato com pacientes que estão tossindo ou espirrando.

De qualquer maneira, é claro que muitas pessoas estão pegando o vírus, seja lá como ele vem se espalhando. Até 4 de fevereiro, foram registrados mais de 20 mil casos de 2019-nCoV e 425 mortes em mais de 20 países, embora predominantemente na China.

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