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O que prevê o pacote de US$ 60 bilhões anunciado pela Alemanha para combater as mudanças climáticas

A Alemanha parece ter dado ouvidos a milhões de pessoas que protestaram em todo o mundo na sexta-feira (20) contra a falta de políticas para conter as mudanças climáticas. A chanceler alemã Angela Merkel anunciou, no mesmo dia, um pacote climático de US$ 60 bilhões para transformar o país até 2030. Para que a sociedade […]

Angela Merkel, chanceler da Alemanha.

Angela Merkel, chanceler da Alemanha. Foto: AP

A Alemanha parece ter dado ouvidos a milhões de pessoas que protestaram em todo o mundo na sexta-feira (20) contra a falta de políticas para conter as mudanças climáticas. A chanceler alemã Angela Merkel anunciou, no mesmo dia, um pacote climático de US$ 60 bilhões para transformar o país até 2030.

Para que a sociedade evite uma catástrofe climática completa, precisamos parar de queimar combustíveis fósseis e mudar nossa energia para fontes mais limpas — como solar, eólica, geotérmica, hidrelétrica — e parar de queimar todo o petróleo e gás bruto. Fazer tudo isso requer um planejamento sério, e a Alemanha parece estar à altura do desafio. No entanto, os críticos dizem que esse plano não é suficientemente profundo.

Os líderes planejam reduzir as emissões de gases de efeito estufa da Alemanha até 2030 para pelo menos 55% dos níveis de 1990, de acordo com o Local Germany.

Isso não vai acontecer por acaso, é claro. A Alemanha mudará para uma matriz energética que inclua mais energia eólica e solar. Mais de 40% de sua geração pública de energia já é renovável; o plano é ter que continuar subindo. As autoridades querem que ele atinja 65% até 2030. Como? Através de subsídios e expansão.

O uso de carvão e de energia nuclear também vão seguir esse plano. Ambos devem ser eliminados até 2038 e 2022, respectivamente.

Existem também outros setores — como transporte, por exemplo — que precisam de uma revisão completa. As autoridades planejam adicionar cerca de 10 milhões de carros elétricos às estradas até 2030, um milhão de estações de carregamento, aumentar os impostos sobre voos e melhorar a infraestrutura de trens.

O plano também traz taxas de carbono para o setor de transporte. Para cada tonelada de dióxido de carbono emitida, as empresas terão que pagar cerca de US$ 11. Esse preço continuará subindo, chegando a cerca de US$ 38 em 2025, relata o New York Times.

Ainda assim, muitos argumentam que esse plano não é suficiente para evitar mais crises climáticas, segundo o Times. E não é como se o país estivesse cumprindo as metas climáticas que já havia estabelecido para si. Os líderes levaram mais de 18 horas para concordar com o plano, mas ainda não conseguiram criar algo revolucionário.

Os cientistas argumentam que, até 2030, devemos reduzir pela metade as emissões globais se quisermos evitar cenários climáticos catastróficos. Esse plano atende ao mínimo necessário do que os cientistas pediram. E o que representa US$ 11 — ou US$ 38 — por tonelada para uma empresa que vale bilhões?

Em um momento em que alguns líderes negam as mudanças climáticas, é encorajador ver ações, mas a crise climática exige mais do que qualquer coisa. Requer tudo. De todos nós. É por isso que os adolescentes não foram para as aulas e sim protestar nas ruas. Afinal de contas, se eles não terão um planeta habitável no futuro, qual o sentido de estudar?

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