
Paleontólogos acham pegadas que podem mudar história de pterossauros
Os pterossauros, répteis da era Mesozoica, costumam ser retratados voando. Contudo, após 88 anos da descoberta das primeiras de suas pegadas, evidências revelam que alguns deles podiam caminhar em solo firme. Analisando pegadas fossilizadas de mais de 160 milhões de anos, paleontólogos descobriram quando eles começaram a se adaptar à vida terrestre. O estudo da Universidade de Leicester, na Inglaterra, está disponível na revista Current Biology.
Usando modelagem 3D, análise e comparações com esqueletos fósseis, os pesquisadores identificaram pelo menos três tipos de pegadas de diferentes pterossauros. Cada grupo revelou novas informações sobre diversos estilos de vida e comportamento das espécies.
A descoberta sugere que eles passaram por uma grande mudança ecológica durante a metade da Era dos Dinossauros, na qual vários grupos se tornaram mais terrestres. Agora, os cientistas têm novas pistas de como esses répteis viveram, se locomoveram e se adaptaram a diferentes ecossistemas com o tempo.
“As pegadas oferecem uma oportunidade única para estudar pterossauros em seu ambiente natural”, disse Robert Smyth, autor principal e pesquisador no Centro de Paleobiologia e Evolução da Biosfera na universidade. “Elas revelam não apenas onde essas criaturas viveram e como se locomoviam, mas também oferecem pistas sobre seu comportamento e atividades diárias em ecossistemas que há muito desapareceram.”
Como eram e viviam os pterossauros descobertos?
Um dos grupos de pterossauros são os neoazhdarchians, que inclui o Quetzalcoatlus, um dos maiores animais voadores que já existiram, com 10 metros. As pegadas indicam que eles habitavam áreas costeiras e interiores ao redor do mundo, assim como muitas espécies de dinossauros. Algumas delas, aliás, estão presentes até o impacto do asteroide que extinguiu os dinossauros, há 66 milhões de anos.
Outro grupo são os ctenochasmatoides, com mandíbulas longas e dentes afiados, mais frequentes em depósitos costeiros do que indicavam seus restos mortais. Eles provavelmente viviam em praias lamacentas ou lagoas rasas, alimentando-se de pequenos peixes ou presas flutuantes.
Por fim, os estudiosos encontraram pegadas de dsungaripterídeos em camadas rochosas que também preservaram seus esqueletos. Eles tinham membros e mandíbulas fortes, com pontas de bico curvas e sem dentes, projetadas para arrancar presas. Já seus dentes grandes e arredondados na parte posterior das mandíbulas serviam para triturar mariscos e alimentos duros.