Para coibir sequestros e roubos, BC vai limitar transferências via PIX após às 22h

Além da limitação de horário, bancos poderão, também, deixar transações consideradas suspeitas em análise -- o que pode demorar até 1 hora.
Imagem: Baco Central

Agência, mais número da conta corrente, mais CPF de quem vai receber a grana. Tudo isso já é coisa do passado. Desde que a tecnologia PIX foi regularizada e começou a funcionar para valer, o número de etapas até a conclusão de uma transferência bancária caiu consideravelmente. Basta ter em mãos um número de telefone ou mesmo um endereço de e-mail para fazer o dinheiro pingar na conta desejada.

O problema é que tamanha facilidade tem uma contrapartida desagradável: menos segurança. Com tão poucas etapas de autenticação, o risco de golpes e fraudes se tornou, também, consideravelmente maior. 

Para tentar contornar esses riscos, o Banco Central anunciou nesta sexta-feira (27) uma mudança nas regras de funcionamento da ferramenta. Agora, transações via PIX noturnas, feitas entre 22h e 6h, terão limite de R$ 1 mil. Ou seja, quem quiser movimentar altas cifras com sua chave PIX durante a madrugada vai precisar esperar o dia seguinte.

A medida vai englobar transações entre o mesmo banco, cartão de débito e TEDs – transações normalmente concluídas no mesmo dia da operação.

O BC vai cobrar dos bancos a possibilidade de que um correntista defina limites de transação diferentes para o dia e durante a noite. Assim, vai ser possível barrar transferências de quantias mais altas fora de um horário previamente estipulado pelo dono da conta.

A ideia é que o cliente não tenha a solicitação de aumento de limite atendida de imediato. Em vez disso, os bancos terão um prazo mínimo de 24 horas para cumprir a demanda. O aumento de limite deve ficar disponível, no máximo, até 48 horas após a solicitação. Essa margem visa coibir roubos e sequestros relâmpago, por exemplo.

Uma outra possibilidade é que o usuário seja capaz de indicar contas exclusivas que estejam autorizadas a receber valores acima do limite. Se você tiver o hábito de transferir quantias mais altas para um contato específico, portanto, poderá liberar esse movimento.

O novo pacote de mudanças pode mexer, inclusive, com o caráter instantâneo do PIX. Bancos, agora, poderão reter transferências consideradas suspeitas durante um período de 30 minutos durante o dia. À noite, esse período de análise salta para 1 hora. O Banco deverá informar os usuários sobre a retenção da transação.

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“Em conjunto, essas medidas, bem como a possibilidade de os clientes colocarem os limites de suas transações em zero, aumentam a proteção dos usuários e contribuem para reduzir o incentivo ao cometimento de crimes contra a pessoa utilizando meios de pagamento, visto que os baixos valores a serem eventualmente obtidos em tais ações tendem a não compensar os riscos”, informou o Banco Central, em comunicado.

Guilherme Eler

Guilherme Eler

Editor-assistente do Giz Brasil, são-carlense e vascaíno. Passou pelas redações de Superinteressante, Guia do Estudante e Nexo Jornal.

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