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Parece que teremos uma competição de Hyperloops em 2016

Quando Elon Musk publicou, há quase dois anos, os planos para o Hyperloop, o sistema de trânsito ultra rápido, ele dizia não ter a menor intenção de construí-lo. Agora, ele parece ter mudado de ideia. Pelos menos dois grupos independentes planejam iniciar a produção das pistas já no ano que vem. Ainda não é uma competição, mas […]

Quando Elon Musk publicou, há quase dois anos, os planos para o Hyperloop, o sistema de trânsito ultra rápido, ele dizia não ter a menor intenção de construí-lo. Agora, ele parece ter mudado de ideia.

Pelos menos dois grupos independentes planejam iniciar a produção das pistas já no ano que vem. Ainda não é uma competição, mas certamente deixa tudo bem interessante. Você deve se lembrar que em junho, Musk anunciou ao mundo que construiria uma pista de testes para uma competição de design das cápsulas de transporte do Hyperloop, patrocinada pela própria SpaceX. Isso já representou uma mudança no discurso original do CEO, que dizia estar muito ocupado para construir o Hyperloop, e parecia indicar que Musk realmente tornaria a ideia uma realidade.

Agora, mais um grupo surge por trás do conceito: Hyperloop Transportation Technologies (HTT) — um grupo financiado em conjunto e construído por mais de 400 engenheiros que trabalham em troca de ações. Em um press release e uma história na Wired, o HTT anunciou ter adicionado dois novos parceiros corporativos ao grupo na tentativa de construir a própria pista de testes também em 2016 — ela ligará São Francisco a Los Angeles em uma cidade planejada chamada Quay Valley. Os parceiros incluem AECOM, uma empresa de construção e engenharia com alcance global, e Oerlikon Leybold Vacuum, uma empresa de vácuo baseada em Pittsburgh. Enquanto isso, a HTT patrocina a própria competição de design em conjunto com a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). O CEO da HTT descreve essas novidades como “a chave para o nosso sucesso em 2016”.

Conceito da pista de testes da HTT.

Se tudo correr conforme o planejado, tanto HTT quanto SpaceX terão as próprias pistas de testes já no ano que vem, configurando construção paralelas interessantes entre os dois grupos — que podem até mesmo receber um terceiro grupo, fundado por um antigo engenheiro da SpaceX e chamado (de forma bastante confusa) de Hyperloop Technologies.

É tentador ver todo press release e novo desenvolvimento do Hyperloop como evidência de uma iminente e total disrupção do trânsito. Mas é importante também lembrar quão longe estamos dessa tecnologia se tornar viável para uso. Afinal, cada uma dessas companhias está simplesmente tentando construir uma pista de testes — e essa tecnologia está bem distante de estar completamente desenvolvida. Em uma história detalhada de julho, a Popular Science notou quantos cálculos matemáticos e engenharia seriam necessários para chegar a uma design prático da tecnologia — isso sem mencionar o dinheiro necessário para fundá-la. “As entranhas do Hyperloop, assim como seus motores, terá de ser inventada do zero”, escreveu James Vlahos no texto.

Tenha em mente que o HTT diz que irá iniciar o desenvolvimento de algo que ainda não existe. Essa cidade planejada, chamada Quay Valley, está recebendo um novo zoneamento de área residencial depois de ficar presa por anos em um processo de direitos hídricos. A pista de teste do Quay Valley irá, teoricamente, ser usado para trânsito dentro da cidade, e atingirá apenas 320 km/h — em vez dos 1.200 km/h especulados por Musk.

Além disso, Musk descreveu em seu plano para construir a pista de teste que este não era um esforço para construir um Hyperloop por completo, mas apenas para “acelerar o desenvolvimento” das outras companhias. A competição de design que ele produz lida apenas com os pods de transporte humano. Inclusive, a SpaceX tornará a pista de 1,6 km disponível para qualquer empresa que queira usá-la.

Então, apesar de termos dois grupos simultaneamente planejando pistas de testes para o Hyperloop, provavelmente no mesmo estado, essa ainda não é o equivalente a corrida espacial deste século. Ainda assim, será animador ver duas pistas de testes tomando forma nos próximos anos — e se uma terceira ou quarta entrarem na brincadeira, melhor.

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