Parler volta ao ar usando domínio de empresa conhecida por abrigar serviços extremistas

App usado pela extrema direita retorna usando servidores da Epik, empresa conhecida por fornecer serviços a outras ferramentas extremistas.
Imagem: Hollie Adams (Getty Images)
Imagem: Hollie Adams (Getty Images)

Pouco menos de duas semanas após ser banido das lojas de apps e sair do ar, a plataforma Parler, usada por extremistas de direita e que pregam conteúdo criminoso, voltou ao ar neste domingo (17) com uma mensagem desafiadora para os “amantes e odiadores” da rede social. Agora, o serviço parece estar hospedado no Epik, um registrador de nomes de domínio que abrigou outras ferramentas, como Gab, Daily Stormer e 8kun 8chan.

O Amazon Web Services (AWS) desligou os servidores do Parler em 10 de janeiro, pouco tempo depois do ataque pró-Trump ao prédio do Capitólio, o Congresso dos EUA, para tentar impedir a leitura dos resultados da eleição presidencial, que certificou o democrata Joe Biden como vencedor.

O Parler não respondeu aos e-mails do Gizmodo, mas outros veículos de comunicação afirmam que o aplicativo foi acolhido pelo Epik. Uma pesquisa de nome de domínio “WHOIS” parece confirmar esse rumor, mostrando que o Parler transferiu seu registro para a empresa Epik, que já tem o histórico de abrigar sites com conteúdos tóxicos e cheios de ódio e violência, incluindo grupos de supremacistas brancos e neonazistas.

Anteriormente, a Epik já havia hospedado o 8chan, um banco de imagens não moderado que precedeu o 8kun, uma plataforma que ajudou no crescimento do movimento de conspiração QAnon. A Epik cortou o acesso ao 8chan em agosto de 2019, logo após a conexão do site com um tiroteio em massa em El Paso, Texas.

Pouco depois da saída do Parler do AWS, a Epik emitiu uma declaração condenando a “reação automática” de empresas de tecnologia para cortar laços com qualquer plataforma que “pareça problemática ou controversa”. De acordo com os registros de atualização do site, o Parler transferiu seu domínio para o Epik na segunda-feira passada (11), menos de 24 horas após a suspensão da Amazon. Em seu comunicado, a Epik afirma não ter recebido o contato do Parler para se tornar seu registrador ou provedor de hospedagem.

O CEO da Parler, John Matze, postou uma atualização de status no site no domingo (17) que dizia: “Olá, mundo, isso está ligado?”. Logo abaixo da mensagem, foi exibido um texto sobre as dificuldades técnicas de Parler e reiterando o compromisso da plataforma com a liberdade de expressão.

“Agora parece o momento certo para lembrar a todos vocês – amantes e odiadores – porque começamos esta plataforma. Acreditamos que privacidade é fundamental e liberdade de expressão é essencial, especialmente nas redes sociais. Nosso objetivo sempre foi fornecer um espaço público não partidário onde os indivíduos possam desfrutar e exercer seus direitos a ambos. Resolveremos qualquer desafio antes de recebê-los de volta em breve”, diz o comunicado.

O Parler já negou em várias vezes que extremistas de direita usaram sua plataforma para ajudar a coordenar o ataque ao Capitólio, mas uma série de imagens e evidências em vídeo dizem o contrário.

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