PayPal abandona suporte à Libra, criptomoeda do Facebook

Alguns dias depois de o Wall Street Journal noticiar que algumas das companhias que apoiam a criptomoeda do Facebook estão considerando cair fora do esquema, o PayPal se tornou o primeiro a realmente a pular do barco nesta sexta-feira (4), anunciando que não irá participar mais da Libra Association. “PayPal tomou a decisão de abandonar […]
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Sean Gallup/Getty

Alguns dias depois de o Wall Street Journal noticiar que algumas das companhias que apoiam a criptomoeda do Facebook estão considerando cair fora do esquema, o PayPal se tornou o primeiro a realmente a pular do barco nesta sexta-feira (4), anunciando que não irá participar mais da Libra Association.

“PayPal tomou a decisão de abandonar maiores participações na Libra Association nesta momento”, diz a empresa em um comunicado enviado ao Gizmodo. “Nós ainda apoiamos as aspirações da Libra e esperamos continuar o diálogo em maneiras de trabalhar juntos no futuro”.

Junto com outros grandes nomes como Uber, Spotify, Visa e Mastercard, o PayPal, um sistema de pagamento online internacional, foi preparado para ser um membro fundador do corpo de regulamentação que iria supervisionar a criptomoeda global do Facebook. No entanto, mesmo com a primeira reunião da associação marcada para daqui algumas semanas, uma reportagem do WSJ revelou que tem havido pouco apoio concreto entre os 28 grupos envolvidos.

Nesta semana, nenhuma dessas entidades se comprometeram ao projeto além de um referendo não vinculativo, nem pagaram o investimento de US$ 10 milhões que o Facebook solicitou, de acordo com o WSJ.

Ainda não está claro como o anúncio do PayPal irá balançar os planos da associação ou o suposto lançamento da Libra esperado para 2020; o chefe de políticas e comunicações do grupo, Dante Disparte, não menciona isso em seu comunicado que foi enviado ao Gizmodo, preferindo focar na “coragem” e “audácia” necessária de seus apoiadores nessa “oportunidade geracional”.

“É melhor sabermos dessa falta de comprometimento agora do que depois”, escreve Disparte a respeito da decisão do PayPal.

Você pode ler o comunicado completo abaixo:

É preciso certa coragem e audácia para seguir em uma empreitada tão ambiciosa como a Libra – uma oportunidade geracional para fazer as coisas certas e melhorar a inclusão financeira. A jornada será longa e desafiadora. O tipo de mudança que irá reconfigurar o sistema financeiro para que ele se incline em direção as pessoas, não as instituições que as servem, será difícil. Comprometimento com essa missão é mais importante para nós do que qualquer outra coisa. É melhor sabermos dessa falta de comprometimento agora do que depois.

O Facebook tem sofrido bastante pressão desde o anúncio da Libra, que foi feito em junho. A saída do PayPal parece ser a primeira rachadura inevitável de uma fundação que já não é tão sólido.

Os planos para a criptomoeda do Facebook iniciou escrutínio de autoridades bancárias e antitruste na Índia, China, União Europeia e um vários setores do governo dos EUA. E a “máfia das criptomoedas” das corporações e organizações sem fins lucrativos que apoiam a Libra supostamente têm mostrado sinais de cautela nos últimos meses, com preocupações de que avançar com o projeto poderia colocar as companhias sob o olhar regulatório de governos ao redor do mundo.

De acordo com as fontes do WSJ, Visa, Mastercard, Stripe e PayPal já tinham enviado requisições para o Departamento de Justiça dos EUA para entregarem “uma visão geral completa de seus programas de compliance sobre lavagem de dinheiro e como a Libra se encaixará nessas regras”.

Fora do desenvolvimento de criptomoeda, o Facebook aparentemente está enfrentando uma investigação antitruste do Departamento de Justiça dos EUA em adição a investigações similares da Federal Trade Commission e de múltiplos estados. A companhia também já prometeu encarar frente a frente a senadora Elizabeth Warren ou qualquer outro candidato presidencial para 2020 que tentar dividir megacorporações enquanto estiverem em seus mandatos. Dado todo esse contexto, parece que o PayPal teve a ideia certa em pular fora do barco do Facebook.

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