Pela primeira vez no ano, ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 no Brasil está abaixo de 80%

Levantamento considera Unidades de Terapia Intensiva dos hospitais públicos do país. Apesar da boa notícia, especialistas dizem que não é hora de relaxar.
Imagem: David Goldman (AP)

Nesta quarta-feira (11), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou o Boletim Observatório com atualizações sobre a Covid-19. Pela primeira vez, desde outubro de 2020, nenhum estado brasileio está com a capacidade das unidades de terapia intensiva (UTI) superlotadas acima de 80%. Este é o melhor cenário desde que o observatório passou a acompanhar os índices, em julho de 2020.

De acordo com a publicação, os pesquisadores responsáveis pelo monitoramento dos números, atribuem esse resultado ao avanço da vacinação e a imunidade adquirida com elas. Eles orientam a ampliação da vacinação, em conjunto com as medidas de distanciamento físico e uso de máscara para que a manter e consequentemente melhorar esses resultados. 

Mesmo que em alguns  estados a disponibilidade de leitos de UTI sejam menores, as taxas de ocupação seguem em declínio. Apesar disso, não é hora de relaxar. O Boletim também traz um panorama sobre as variantes do coronavírus. A circulação dessas cepas aumentou consideravelmente o número de infectados, mas não necessariamente o número de casos graves. E mais uma vez: graças às vacinas.

Ainda assim, “embora as vacinas venham claramente contribuindo para a redução de casos graves, internações e óbitos no país, o surgimento e crescimento da presença de novas variantes de preocupação, como a Delta, deve manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena”, disseram os cientistas.

Apesar dos bons resultados, é necessário destacar que as pessoas que já se vacinaram estão mais protegidas, contudo, nenhuma vacina é 100% eficaz. Ainda que o risco de evolução para quadro mais graves seja menor, as pessoas ainda podem se infectar. 

O país atingiu recentemente a marca de 70% da população adulta com pelo menos a primeira dose da vacina, mas ainda há recusa em se vacinar por parte de algumas pessoas e os atrasos na distribuição dos imunizantes, fatores que contribuem para o altíssimo número de 33 mil novos casos de infecções diárias no Brasil, e o grave número de óbitos, cerca de 900 por dia.

Se você pensa que isso significa que estamos avançando para o fim da pandemia, está enganado. Ao olharmos para dados do mundo, a variante Delta já corresponde a cerca de 90% dos casos de Covid-19 no Reino Unido. Outros países como Estados Unidos, Israel e China, que também relaxaram as medidas de proteção após o avanço da vacinação, estão sofrendo com casos da variante. Não podemos cometer o mesmo erro. 

[Fiocruz]

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