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Qual é o perfil dos usuários do Twitter no Brasil?

No próximo dia 21 de março – sexta-feira! – o Twitter completa oito anos de vida. Oito anos! O ano de 2013 foi bastante agitado por aqueles lados, com o serviço tentando se redefinir para o futuro enquanto se preparava para estrear na bolsa de valores – o que ocorreu em novembro passado. Mas vamos […]

Twitter.

No próximo dia 21 de março – sexta-feira! – o Twitter completa oito anos de vida. Oito anos! O ano de 2013 foi bastante agitado por aqueles lados, com o serviço tentando se redefinir para o futuro enquanto se preparava para estrear na bolsa de valores – o que ocorreu em novembro passado.

Mas vamos deixar o Twitter mundial de lado e falar especificamente sobre o Brasil. O Twitter Brasil começou suas operações em novembro de 2012, portanto, já completou um ano de vida. Com alguns meses de atraso, a empresa fez uma pequena reunião hoje para comemorar a data, e também analisar o que foi feito até agora, e o que deve ser feito nos próximos meses.

Os números do Twitter

Pelo mundo inteiro, o Twitter tem mais de 240 milhões de usuários ativos por mês, que postam 500 milhões de tweets por dia e já enviaram mais de 300 bilhões de mensagens ao longo desses oito anos.

Desses usuários, 76% são ativos por dispositivos móveis, e 40% apenas consomem conteúdo – aqueles usuários “fantasmas” que não postam nada, mas sempre acompanham o que outros dizem na rede social.

O maior mercado em usuários ativos é o dos Estados Unidos, com 23% dos membros, enquanto os outros 77% estão espalhados pelo resto do mundo.

Mas essas são características globais. Cada país tem as suas peculiaridades em relação ao uso do Twitter – e agora vamos falar sobre o Brasil.

O Brasil no Twitter

Estamos entre os cinco maiores mercados do Twitter no mundo em usuários ativos. Já ocupávamos uma dessas posições em 2012, então, por aqui, aparentemente nada mudou.

Mas a forma como os brasileiros entram no Twitter mudou bastante desde o início das operações. Em 2012, 40% dos brasileiros entravam no Twitter por dispositivos móveis – hoje já são 64,7%. Entre os fatores que contribuíram para o crescimento do mobile por aqui, Guilherme Ribenboim, diretor-executivo do Twitter Brasil, destaca três pontos.

Em primeiro lugar, o crescimento do uso de smartphones, que ganharam bastante popularidade no ano passado, especialmente após a isenção fiscal concedida a eles. Mas o Twitter não vai dizer que apenas fatores externos levaram ao crescimento – Ribenboim destacou parcerias feitas com operadores móveis, especificamente Claro, Tim e Oi, que pararam de cobrar pelo tráfego dos seus usuários dentro do Twitter. Se você for cliente de uma dessas operadoras, provavelmente já viu um aviso de que o acesso ao Twitter é gratuito – isso só foi possível com o início das operações no Brasil, que aproximou o Twitter de empresas brasileiras.

Em terceiro lugar, ele destacou o uso do Twitter como segunda tela. Mas vamos falar sobre isso mais para frente.

O brasileiro no Twitter

Estes meses no Brasil foram o suficiente para o Twitter traçar um perfil – ou melhor, alguns perfis – de como o brasileiro usa a rede social. Somos o povo que mais tweeta e retweeta no mundo, adoramos comentar sobre o que estamos vendo na TV e temos facilidade em criar comunidades de fãs dentro do Twitter – grupos de pessoas que frequentemente discutem temas em comum. Gostamos de usar o Twitter para utilidade pública – saber sobre obras, enchentes, acidentes, trânsito, emprego. Mas, no geral, o uso do Twitter pelo brasileiro é dividido em quatro grandes categorias.

1. Informações em tempo real – 70% dos usuários brasileiros usam o Twitter como principal plataforma para buscar informações em tempo real sobre o que está acontecendo.
2. Acompanhar personalidades – 67% dos brasileiros seguem personalidades e gostam de ver como elas são sem filtros.
3. Eventos em tempo real – 70% dos brasileiros gostam de acompanhar o Twitter para checar eventos em tempo real. Aquelas pessoas que adoram discutir um jogo de futebol, ou alguma premiação, por exemplo.
4. Segunda tela: 60% dos usuários usam o Twitter para acompanhar o que está acontecendo na TV e discutir com outras pessoas que também estão acompanhando aquele programa de TV.

E outra particularidade do mercado brasileiro envolve os dispositivos mais usados por nós. São smartphones com Android, como sabemos, mas um em especial: o Samsung Galaxy Y, um smartphone de entrada. A questão é que ele tem a tela menor do que outros aparelhos e roda uma versão antiga do Android – não chegou nem no 4.0. Dentro do Twitter há um esforço em otimizar o app para essa categoria de aparelhos: ele ocupa menos espaço e foi adaptado para se encaixar melhor em uma tela pequena.

Segunda tela

Ribenboim e outros executivos usaram bastante a expressão “segunda tela”, e adoraram destacar a importância do Twitter nisso.

Daniel Carvalho, diretor de desenvolvimento de negócios na América Latina para o Twitter, lembrou que serviços como o Twitter de certa forma mudaram a forma como as pessoas assistem TV – se antes ou estávamos sozinhos, ou com alguns poucos conhecidos por perto, agora podemos conversar sobre o que estamos vendo na TV com qualquer pessoa. “O Twitter é o maior sofá do mundo”, ele disse, com números para sustentar a afirmação: 90% das conversas públicas sobre programas de TV ocorrem no Twitter.

Em 2013, durante a final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha, 18,8 mil tweets foram enviados por minuto – com picos nos momentos mais importantes, como os gols do Brasil, o fim do jogo, e a expulsão do zagueiro espanhol Piqué (marido da cantora Shakira, o que rendeu infinitas piadas).

Marco Civil da Internet e os impactos no Twitter

Por fim, Ribenboim comentou rapidamente dois pontos controversos do Marco Civil da Internet – a neutralidade da rede e a obrigação de armazenamento de dados no Brasil. Sobre a neutralidade, ele defende a isonomia total, ou seja, é a favor que ela permaneça. E, em relação aos dados armazenados no Brasil, o Twitter não faz isso atualmente – eles permanecem armazenados nos EUA  para serem conferidos caso seja exigido pela Justiça. Mas Ribenboim revelou um certo receio de que passe a ser obrigado a guardar seus dados por aqui. Neste caso, o executivo acredita que a inovação poderia ser prejudicada no Brasil. Mais ou menos como se, por ser obrigado a manter data centers e dados no Brasil, as pessoas desistissem de criar novos serviços por aqui. Para a felicidade dele, o Governo Federal abriu mão dessa obrigatoriedade – resta agora saber qual será o destino da neutralidade na rede.

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