Pescar pode doer — e muito: estudo reforça que peixes sentem dor intensa

Peixes sofrem dor intensa ao morrer - e gelo pode piorar; estudo publicado na revista Scientific Reports sugere alternativa
Foto: Francini Filho / Arquivo pesquisadores

Uma nova pesquisa mostrou que peixes sofrem de dois a 20 minutos de dor intensa quando são mortos para consumo. As descobertas publicadas na revista Scientific Reports concentraram-se em um método comum de abate, asfixia aérea, que priva os peixes de oxigênio.

banner

Segundo o artigo, a truta-arco-íris, por exemplo, suporta em média 10 minutos de dor moderada a intensa durante o método. Grupos de defesa dos direitos dos animais denunciaram a prática, alegando se tratar de um processo desumano devido ao tempo para a perda da consciência.

A exposição ao ar é o único estressor capaz de causar perturbações hidrominerais em um período tão curto. Outros, como hipóxia, aglomeração e manuseio, exigem exposição mais longa para provocar respostas comparáveis.

“Foi demonstrado que apenas 60 segundos de exposição ao ar provocam uma resposta fisiológica de estresse consistentemente maior do que aquela desencadeada por um estressor de maior duração”, apontou o texto.

Além disso, as descobertas mostraram que colocar peixes em gelo após a captura pode causar ainda mais dor. Isso porque desacelera o metabolismo, enquanto as temperaturas mais baixas prolongam o tempo até a inconsciência, causando mais sofrimento.

Tem alternativa?

Como alternativa, o estudo sugeriu que o atordoamento elétrico, com a implementação correta, pode reduzir significativamente a dor nos peixes. Assim, evitando potencialmente de uma a 20 horas de dor moderada a extrema para cada dólar gasto.

Os pesquisadores esperam que as descobertas possam ajudar a melhorar o bem-estar de até 2,2 trilhões de peixes selvagens e 171 bilhões de peixes de criação.

“O Welfare Footprint Framework fornece uma abordagem rigorosa e transparente baseada em evidências para medir o bem-estar animal e permite decisões informadas sobre onde alocar recursos para obter o maior impacto”, declarou Wladimir Alonso, coautor do estudo. “Essas descobertas fornecem métricas transparentes, baseadas em evidências e comparáveis ​​para orientar decisões de custo-benefício e informar regulamentações e práticas de abate de trutas.”

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas