
Pesquisadores encontram tesouro arqueológico de até 2 mil anos no Tocantins
Pesquisadores da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) descobriram um importante tesouro arqueológico de artes rupestres de até dois mil anos na Serra do Lajeado.
Entre 2022 e 2023, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já havia identificado 16 sítios arqueológicos na região do Parque Estadual do Jalapão. À época, o Iphan divulgou que os arqueólogos e cientistas do órgão federal identificaram artes rupestres feitas há, “provavelmente, dois mil anos”.
Agora, na Serra do Lajeado, região de proteção ambiental próxima à capital do estado, arqueólogos Núcleo Tocantinense de Arqueologia (Nuta), vinculado à Unitins, identificaram mais cinco sítios arqueológicos.
O trabalho dos pesquisadores na região montanhosa de Palmas ocorreu entre 2023 e 2024, também com painéis de artes rupestres.
Os pesquisadores identificaram as gravuras rupestres em áreas abertas da Área de Proteção Ambiental de Lajeado (APA), em paredões rochosos e sob rochas. De acordo com o Nuta, pinturas rupestres nesses locais indicam a presença de ocupação humana.

Imagem: Genilson Nolasco/Divulgação
Além disso, os pesquisadores descobriram um sítio arqueológico cerâmico em situação de risco. Segundo comunicado do Nuta, os novos sítios arqueológicos se juntarão aos 16 anteriores cadastrados pelo Iphan, mas não somente por também terem dois mil anos.
Necessidade de preservação de sítios arqueológicos do Tocantins
O núcleo arqueológico da Universidade Estadual do Tocantins ressalta que o cadastro dos novos sítios contribui para a preservação dos registros de dois mil anos.
Com a conservação do patrimônio arqueológico, os pesquisadores terão a oportunidade de realizar estudos maiores sobre os povos que habitaram a região.
Aliás, de acordo com o Nuta, a Serra do Lajeado possui sítios arqueológicos que datam de mais de 12 mil anos.
O professor Genilson Nolasco, curador do Nuta e membro da equipe de pesquisadores, afirma ser necessário um levantamento para avaliar a degradação dos sítios ao longo do tempo. Nolasco ressalta que os pesquisadores identificaram “vetores naturais e antrópicos”, ou seja: tanto a humanidade quanto a natureza contribuíram para a degradação do sítio.
Um vetor tanto natural quanto antrópico são os incêndios e queimadas, que Nolasco considera como um dos mais “críticos”. Como mostramos aqui no Giz, a região da Serra do Lajeado sofreu com intensas queimadas devido à seca histórica do ano passado.
Em fevereiro, quase um mês antes dos pesquisadores divulgarem a descoberta dos novos sítios arqueológicos em Tocantins, o Iphan iniciou medidas de proteção para conservação dos registros rupestres.
“Entre as ações, foi realizada a capacitação de brigadistas para atuar na prevenção e combate a incêndios na região, com foco na conservação dos sítios. Também foi iniciada a realização de aceiros, medida essencial para evitar a propagação do fogo e minimizar os impactos da vegetação sobre as pinturas rupestres”, diz a nota do Iphan.

Treinamento de brigadistas do governo do Tocantins nos sítios arqueológicos de Lajeado. Imagem: Iphan/Divulgação
Por fim, é importante ressaltar que a datação das gravuras rupestres é uma estimativa inicial do Nuta. A pesquisa continua em andamento, com previsão de conclusão para julho deste ano.