Pesquisadores usam satélites e deep learning para contar elefantes em risco de extinção

Pesquisadores das Universidades de Bath e Oxford usaram imagens de satélites e tecnologia de deep learning para mapear elefantes africanos.
Crédito: Jonathan Ridley/Unsplash

Os satélites têm sido cada vez mais utilizado para monitorar crises climáticas e ambientais. Agora, alguns pesquisadores decidiram utilizar a tecnologia espacial para mapear elefantes e estudar como isso poderia ajudar os esforços de conservação de populações ameaçadas.

O estudo foi conduzido por cientistas das Universidades de Bath e de Oxford, ambas no Reino Unido, para detectar elefantes africanos por meio de imagens tiradas pelo satélite WorldView-3, da empresa Maxar.

A contagem dos animais foi feita com tecnologia de deep learning, o que permitiu que a análise fosse feita em apenas algumas horas em vez de meses, o tempo que demoraria caso humanos contassem manualmente os animais. Para treinar os algoritmos, os pesquisadores alimentaram o sistema Convolutional Neural Network (CNN) com um conjunto de dados de mais de mil elefantes sul-africanos.

A partir disso, para testar a eficiência da tecnologia, os resultados foram comparados com a análise feita por humanos. Por meio do sistema de pontuação desenvolvido pelos cientistas, concluiu-se que a precisão do CNN em áreas heterogêneas foi de 0.78, enquanto que a detecção humana foi de 0.77. No caso das áreas homogêneas, o CNN marcou 0.73, e os humanos, 0.80. Ou seja, a precisão do sistema foi muito semelhante à capacidade humana.

Crédito: Maxar Technologies

Mas por que utilizar satélites para contar elefantes? Os pesquisadores explicam que existe uma série de benefícios. Primeiramente, eles ressaltam a importância dos esforços de conservação para proteger espécies ameaçadas, como é o caso dos elefantes africanos. O método mais utilizado atualmente para realizar essas contagens é por meio de aviões, o que pode envolver altos custos, desafios de logística, além de baixa visibilidade dependendo da situação. Assim, erros na contagem podem resultar em alocações equivocadas de recursos já escassos e problemas nas análises das populações.

Os satélites da Maxar, por outro lado, conseguem coletar imagens que cobrem até cinco mil quilômetros quadrados em uma única passagem e apenas em alguns minutos. Isso elimina o risco de contagens duplicadas, além de possibilitar que novas imagens sejam coletadas em um curto intervalo de tempo.

Outra vantagem é o fato de que a técnica não requer a presença de humanos no solo. Assim, além de garantir a segurança de profissionais (principalmente durante a atual pandemia de Covid-19), os animais não são perturbados durante a coleta dos dados. Em relação à logística, também é muito mais fácil, considerando que muitas áreas são inacessíveis ou requerem autorizações terrestres.

Os pesquisadores já falam em possíveis usos futuros para esforços de fiscalização contra caça ilegal de animais. Outros grupos conservacionistas também já demonstraram interesse em utilizar a tecnologia para substituir a técnica com aviões, segundo os cientistas.

[BBC, Maxar]

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