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Vacina da Pfizer contra COVID-19 começa a ser aplicada semana que vem no Reino Unido

Autoridades de saúde no Reino Unido aprovaram nesta quarta-feira (2) vacina contra o coronavírus desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech. As primeiras doses serão dadas gratuitamente a alguns dos britânicos mais vulneráveis ​​e profissionais de saúde no início da próxima semana. A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de […]

Pfizer vacina COVID-19. Imagem: Kojach (Flickr)

Imagem: Kojach (Flickr)

Autoridades de saúde no Reino Unido aprovaram nesta quarta-feira (2) vacina contra o coronavírus desenvolvida pela farmacêutica norte-americana Pfizer e a empresa de biotecnologia alemã BioNTech. As primeiras doses serão dadas gratuitamente a alguns dos britânicos mais vulneráveis ​​e profissionais de saúde no início da próxima semana.

A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA), órgão equivalente à nossa Anvisa, autorizou o uso de emergência da vacina e, com isso, o Reino Unido tornou-se o primeiro país ocidental a conceder aprovação para uma injeção de COVID-19 que pode retardar a disseminação do vírus. Tanto a Rússia quanto a China desenvolveram as próprias vacinas, que foram distribuídas antes de a segurança e eficácia serem testadas nos ensaios clínicos da Fase 3 – a última antes da liberação para uso na população.

“É a proteção das vacinas que nos permitirá, em última instância, recuperar nossas vidas e fazer a economia andar novamente”, escreveu o primeiro-ministro britânico Boris Johnson em seu perfil no Twitter.

O governo alemão deu à BioNTech US$ 445 milhões para desenvolver a vacina, que usa uma nova técnica ao empregar RNA mensageiro, ou mRNA. Esse procedimento copia um trecho do DNA, onde ficam nossas informações genéticas, e transporta essa informação para a parte das células que fabricam as proteínas do nosso corpo. Os vírus de RNA usam o mesmo mecanismo para infectar uma célula e produzir cópias de si mesmo para se replicarem no organismo. A ideia é que, através de um RNA criado em laboratório e que contém uma parte do código genético viral do coronavírus, nosso sistema imunológico seja alertado e gere uma resposta imune.

O Reino Unido fechou um acordo com BioNTech e Pfizer em julho para 30 milhões de doses (15 milhões de tratamentos, já que cada pessoa precisa de duas doses), que foi ampliado em outubro para 40 milhões de doses (20 milhões de tratamentos). O país com 67 milhões de pessoas tem pelo menos 1,6 milhão de infecções e mais de 59 mil mortes decorrentes da doença.

“A entrega dos 40 milhões de doses ocorrerá ao longo de 2020 e 2021, em etapas, para garantir uma alocação equitativa de vacinas em todas as geografias com contratos firmados. Agora que a vacina foi autorizada no Reino Unido, as empresas tomarão medidas imediatas para iniciar a entrega das doses da vacina”, disse a Pfizer em um comunicado sobre o plano britânico de imunização.

A vacina da Pfizer tem taxa de eficácia relatada de 95%, embora deva ser armazenada a -70°C, um obstáculo que governos em todo o mundo estão tentando superar. A vacina está sendo produzida em Kalamazoo (EUA) e Puurs (Bélgica), mas já está sendo enviada para vários países como forma de antecipação à aprovação de governos e autoridades de saúde locais.

O Serviço Nacional de Saúde (NHS), uma espécie de equivalente ao SUS brasileiro, distribuirá a vacina gratuitamente. Os residentes serão notificados quando for sua vez de receberem a vacina, de acordo com o secretário de saúde, Matt Hancock, que falou com a BBC nesta manhã.

Os EUA têm um contrato inicial com a Pfizer de 50 milhões de doses, o suficiente para imunizar 25 milhões de americanos, mas eventualmente poderá comprar 600 milhões de doses. O país tem população de mais de 330 milhões de pessoas e prometeu que a vacina estará disponível para todos os americanos gratuitamente. O Japão encomendou 120 milhões de doses da Pfizer; e a União Europeia, que tem 27 países membros, pediu 300 milhões.

No Brasil, a vacina da Pfizer está em processo de análise para aprovação. No entanto, o país ainda não fez um acordo para adquirir o medicamento. Representantes do governo federal até receberam executivos da farmacêutica para conhecer os resultados dos testes em andamento. Porém, o Ministério da Saúde disse na última terça-feira (1) que o plano de imunização dos brasileiros contra a COVID-19 não prevê o uso de vacinas que exijam baixas temperaturas de armazenamento. Segundo a pasta, o governo quer temperaturas de 2°C a 8°C, uma vez que não há estrutura para suportar locais com temperaturas abaixo de 0°C.

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