Como planetas que deram errado podem ter moldado a Terra

Planetesimais, que são acúmulos de pedra e poeira que são basicamente planetas que deram errado, podem ter moldado a Terra.

A Terra tem algumas cicatrizes de batalhas de outrora. Quando o sistema solar ainda era jovem e selvagem, por volta de 4 bilhões de anos atrás, a Terra, sua lua e Marte foram atacados por uma gangue de meteoros. Há tempos nós assumimos que as pedras espaciais envolvidas no ataque, chamado Intenso Bombardeio Tardio, estão agora flutuando no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

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Mas novas pesquisas sugerem que pode ter existido outro grupo de atacantes. Depois de meses fazendo simulações de migração de planetas no nosso sistema solar, David Nesvorny do Southwest Research Institute (SwRI) em Boulder, Colorado, concluiu que planetesimais – acúmulos de pedra e poeira que são basicamente planetas que deram errado – podem ter entrado em colisão com a Terra, a Lua e Marte durante o intenso bombardeio tardio. O colega de pesquisa de Nesvorny do SwRI, o cientista William Bottke, apresentou as descobertas da dupla no 229° encontro da American Astronomical Society (AAS) no começo desse mês.

“Nós achamos que os planetas gigantes podem ter começado em configurações diferentes”, Bottke disse ao Gizmodo, se referindo a Júpiter, Uranus, Saturno e Netuno. “Eles migraram para suas órbitas atuais… a pergunta é, o quão precisamente isso aconteceu?”.

As simulações de Botke mostram que quando os planetas grandes fizeram essa mudança, eles deixaram algum lixo planetesimal para trás. Esses planetesimais são teoricamente bem mais maciços que os asteróides que estão atualmente entre Marte e Júpiter, e podem ser uma melhor explicação para as ENORMES crateras encontradas na Terra quando era jovem, assim como em Marte e na Lua de hoje em dia.

Por que não pensamos nessa possibilidade antes? Bottke acha que as leis amplamente aceitas de escalonamento usadas para medir as crateras não refletem com precisão a dimensão dos objetos que as formaram.

“Nós quase não temos provas [para essas leis de escalonamento]”, Bottke diz. “O que acontece é que as pessoas pegam experimentos de laboratório onde atiram pequenos alvos com pequenos projéteis, e os escalonam até saber o quão grandes são as crateras. Esse é o grande problema, as leis de escalonamento estão erradas”.

Desenvolver números mais precisos de escalonamento vai ajudar pesquisadores como Bottke e Nesvorny a ter um conhecimento melhor da relação entre a vida na Terra, que começou mais ou menos ao final do intenso bombardeio tardio, e as crateras de impacto. Vai ajudar a determinar se devemos ou não procurar pistas no cinturão de asteroides, ou como Bottke sugere, procurar em outro lugar.

“A vida começou e foi aniquilada e então apareceu de novo?” ele disse. “Ou ela conseguiu sobreviver ao intenso bombardeio? Como esse bombardeio afetou a nossa atmosfera e biosfera?”.

As respostas estão lá fora.

Imagem do topo: NASA.

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