Como a NASA planeja pousar seu novo aterrissador em Marte na próxima semana

O mais novo aterrissador marciano da NASA está programado para fazer pesquisas geológicas inovadoras no planeta vermelho. Mas, primeiro, ele precisa pousar na próxima segunda-feira (26). E pousar em Marte não é nenhum feito fácil. • NASA anuncia local de pouso da missão Mars 2020: a cratera de Jezero • É aqui que a missão ExoMars 2020 […]
NASA/JPL

O mais novo aterrissador marciano da NASA está programado para fazer pesquisas geológicas inovadoras no planeta vermelho. Mas, primeiro, ele precisa pousar na próxima segunda-feira (26). E pousar em Marte não é nenhum feito fácil.

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Apesar de uma série de sucessos recentes da NASA, a taxa geral de sucesso dos pousos em Marte é de cerca de 40%. O lander InSight enfrentará mais uma vez as perigosas atmosfera e superfície marcianas em sua missão de estudar o solo sob a superfície do planeta e, com sorte, detectar “Marsquakes“.

“Toda vez que você está tentando pousar em outro planeta, é muito empolgante”, disse Tom Hoffman, gerente de projetos da InSight na NASA, em entrevista ao Gizmodo. “Para o InSight, isso não é diferente. Há tantos desafios diferentes que temos que superar para aterrissar com sucesso.”

O lander InSight foi lançado em maio, a partir da costa oeste dos Estados Unidos, e está programado para pousar na segunda-feira às 18h, horário de Brasília. Ele é equipado com três ferramentas para estudar o planeta: um sismógrafo para medir as ondas sonoras que viajam pelo solo (também conhecidas como Marsquakes), uma sonda de calor que mede como o calor flui sob a superfície de Marte e uma antena de rádio para medir o local do Polo Norte do planeta, em constante movimento, para estudar indiretamente seu núcleo. Esses instrumentos chegarão em uma plataforma quase idêntica à dos anteriores landers Phoenix para transportar os instrumentos para a superfície marciana.

O aterrissador InSight precisará diminuir a velocidade de várias centenas de quilômetros por hora para pousar suavemente na superfície marciana. Marte tem uma atmosfera mais fina que a Terra e, portanto, menos arrasto atmosférico para o paraquedas desacelerar. E o planeta ainda tem um clima com ventos para a sonda enfrentar. Mesmo se tudo correr conforme o planejado, um braço robótico precisa mover a sonda de calor e o sismômetro para o chão — algo que nunca foi feito antes.

Os cientistas esperam que o InSight chegue ao local plano como um “estacionamento” e não numa encosta ou no topo de uma grande rocha. “Para mim, será emocionante se for realmente plano e chato”, disse ao Gizmodo Suzanne Smrekar, vice-investigadora principal do InSight na NASA. “De forma que possamos implantar nossos instrumentos com segurança e começar rapidamente.” A sonda de fluxo de calor pode pousar no solo com mais facilidade quando está nivelada, e os cientistas não querem que o sismômetro oscile ao atingir uma rocha.

Imagem da mesa de testes do Insight, tirada por um modelo de engenharia. Foto: NASA/JPL

A equipe do InSight trabalhou duro para preparar o lander para esses vários desafios. O InSight aterrissará em uma altitude mais alta que o Phoenix e, portanto, terá menos tempo para desacelerar. Portanto, a equipe reforçou seu paraquedas — Hoffman disse ao Gizmodo que sua equipe não conseguiu quebrar o paraquedas em um túnel de vento, o que é um bom sinal. Em seguida, ele irá disparar foguetes para facilitar sua chegada à superfície. Assim que pousar, o InSight irá tirar imediatamente uma foto da superfície marciana, e os cientistas começarão a trabalhar, decidindo onde colocar os instrumentos. Ainda levará de dois a três meses para que os instrumentos sejam totalmente implantados. Uma mesa de testes, com uma maquete completa do InSight sobre pedras falsas e cascalho, está localizada no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, para os cientistas fazerem testes de colocação dos instrumentos com o braço robótico.

Talvez você já saiba que o último lander a voar para Marte, o Schiaparelli, da Agência Espacial Europeia, colidiu forte com o solo devido a um erro de cálculo. A equipe do InSight analisou as lições aprendidas com o Schiaparelli e fez alguns ajustes no software da sonda, disse Hoffman. Os engenheiros da NASA estarão atentos a sinais de rádio reveladores da sonda, além de monitorar o Mars Reconnaissance Orbiter e a sonda Odyssey. Duas espaçonaves menores atrás do InSight também tentarão monitorar o progresso do aterrissador e retransmitir sinais de volta à Terra, de acordo com um comunicado da NASA.

Uma vez que o InSight chegar a seu destino, no entanto, o trabalho científico será incrível.

“Queremos entender o nascimento de planetas rochosos nas primeiras dezenas de milhões de anos, enquanto eles se formam a partir de uma massa fundida”, Smrekar disse ao Gizmodo. “Isso prepara a evolução para o resto do planeta.”

A NASA irá transmitir o pouso na segunda-feira, e a gente, é claro, vai acompanhar.

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