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A polêmica dos computadores quânticos: eles são mesmo… quânticos?

Atualmente, os únicos computadores quânticos no mercado são o D-Wave One (DW1) e Two (DW2). Eles permitem resolver alguns problemas que, na computação clássica, levariam um tempo impraticável. Mas há uma polêmica envolvendo ambos: eles são mesmo quânticos? Um novo estudo mostra que a tecnologia pode ser ainda mais robusta do que a empresa acreditava. […]

Atualmente, os únicos computadores quânticos no mercado são o D-Wave One (DW1) e Two (DW2). Eles permitem resolver alguns problemas que, na computação clássica, levariam um tempo impraticável. Mas há uma polêmica envolvendo ambos: eles são mesmo quânticos? Um novo estudo mostra que a tecnologia pode ser ainda mais robusta do que a empresa acreditava.

A D-Wave aborda a computação quântica de forma diferente que a maioria dos acadêmicos e pesquisadores. É que seus produtos são simplesmente baseados na teoria quântica, com a esperança de que realmente funcionem de acordo com ela.

Um princípio bastante conhecido da mecânica quântica é que, ao observar um fenômeno, você pode mudar completamente o resultado de um evento. Portanto, só é possível obter provas indiretas de que um computador é quântico, e muitos cientistas estão céticos de que a D-Wave criou dois deles.

MAIS: Como é que um computador quântico funciona?

Mas um estudo de pesquisadores da University College London (Reino Unido) e da University of Southern California (EUA) comparou teoria à prática. Os pesquisadores usaram três modelos de física clássica, e um quântico que descreve a técnica usada pela D-Wave. Depois, eles usaram estes modelos para analisar um problema matemático. Dependendo do modelo, o resultado esperado seria diferente.

Então eles usaram uma técnica de “caixa preta”: se eu fizer o DW2 analisar este mesmo problema, o resultado se encaixará melhor em qual modelo? Para o terror dos céticos, a máquina da D-Wave produziu resultados esperados de um computador quântico. Os dados não se encaixavam em nenhum dos três modelos clássicos.

Em outras palavras, a tecnologia da D-Wave parece funcionar da forma que ela promete. “Isso é análogo à transição da física clássica para a relatividade”, diz Colin Williams, físico quântico que trabalha na D-Wave, ao New York Times. “Isso mata as objeções.” Umesh Vazirani, professor de ciência da computação na University of California, Berkeley, é mais cauteloso: “acho que eles não modelaram o ruído de forma correta”.

Ainda há algumas dúvidas que cercam a computação quântica como um todo. Afinal, até mesmo os melhores cientistas do mundo (e a NSA) vêm tendo dificuldades para criar um computador quântico. Pelo menos, deve ser um alívio para Google e NASA, que já estão usando a tecnologia da D-Wave.

Mas, em última análise, o que vai resolver o argumento é a prática, não a teoria. A D-Wave está atualmente preparando um computador quântico com 1.000 bits quânticos – o dobro de antes! – e deve ter um com 2.000 qubits até o final do ano. (O DW1, que possui 128 bits quânticos, já superou um PC convencional na primeira disputa da história; mas com algoritmos especializados, o computador clássico tem desempenho semelhante – daí a necessidade de mais qubits.)

Esses aumentos de escala devem, em tese, fornecer saltos exponenciais no desempenho. Se isso acontecer mesmo, a situação vai ficar cada vez mais difícil para os críticos. [arXiv via New York Times]

Imagem por D-Wave

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