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Cidade americana quer usar drones para verificar distanciamento social e detectar tosse e febre

A polícia de Westport, no estado americano de Connecticut, anunciou esta semana que está testando um “drone de pandemia”. Ele pode detectar quando as pessoas em um local estão com febre. O novo sistema também será usado para determinar quando as pessoas estão a menos de um 1,8 metro de distância umas das outras. A […]

GIF: Draganfly Inc./YouTube

A polícia de Westport, no estado americano de Connecticut, anunciou esta semana que está testando um “drone de pandemia”. Ele pode detectar quando as pessoas em um local estão com febre. O novo sistema também será usado para determinar quando as pessoas estão a menos de um 1,8 metro de distância umas das outras. A polícia poderá emitir um aviso através do alto-falante do drone para quem não praticar o distanciamento social.

A nova tecnologia de drones foi desenvolvida por uma empresa chamada Draganfly Inc., que existe desde o final dos anos 90. Ela usa os drones de quatro hélices da polícia de Westport com seu software próprio.

A Draganfly trabalhou com uma empresa de aprendizagem profunda chamada Vital Intelligence Inc. e com pesquisadores da Universidade da Austrália Meridional para desenvolver a nova tecnologia, de acordo com um comunicado.

Um dos recursos da plataforma de drones é saber quando as pessoas se aproximam a uma distância menor do que um 1,8 metro. Parece aquele sistema de visão do Exterminador do Futuro, mas na vida real.

As diretrizes de distanciamento social desenvolvidas pelos Centros para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) enfatizam que 1,8 metro é uma distância segura, porque, teoricamente, esta é a distância que pequenas gotículas de espirros e outras secreções faciais podem viajar pelo ar.

https://gizmodo.uol.com.br/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/04/drone-coronavirus-1.webm

GIF: Draganfly Inc./YouTube

Os operadores de drones que usam a tecnologia da Draganfly veem cidadãos com um círculo verde ao seu redor quando eles estão a um 1,8 metro de distância de outra pessoa. Mas assim que eles ficam a uma distância menor que esta, o círculo fica vermelho.

A afiliada local da NBC em Connecticut acompanhou a polícia em uma vistoria a um supermercado local e observou como as diretrizes de distanciamento social estavam sendo violadas, de acordo com o software de detecção do drone.

https://gizmodo.uol.com.br/wp-content/blogs.dir/8/files/2020/04/drone-coronavirus-2.webm

GIF: Draganfly Inc./NBC Connecticut

“O ‘Programa Piloto Achatar a Curva’ e suas tecnologias podem ser uma ferramenta inovadora para ajudar a comunidade a praticar o distanciamento social seguro, identificando possíveis sintomas de coronavírus e de outras doenças que causam risco de vida”, disse a polícia de Westport em um post no Facebook.

Os drones podem detectar tudo, desde batimentos cardíacos até anormalidades respiratórias nas pessoas em terra, de acordo com a Draganfly. Ela também fornece tecnologia para os militares australianos. Os drones estão equipados com câmeras 4K padrão, segundo a empresa. O ingrediente secreto para fazer a diferença parece ser o software que eles estão usando.



GIF: Draganfly Inc./YouTube

O Departamento de Polícia de Westport enfatizou que os drones seriam usados ​​para monitorar populações “em risco” e não serão usados ​​em “áreas privadas”. Mesmo assim, quando você vê os vídeos promocionais, ainda parece uma tecnologia digna de uma distopia de ficção científica.

“O software do drone usa leituras biométricas para entender os padrões populacionais e permite um tempo de reação mais rápido a eventos ou possíveis ameaças à saúde no momento em que elas acontecem”, disse a polícia de Westport no Facebook.

“O objetivo é fornecer um melhor suporte de monitoramento de saúde para potenciais grupos de risco, incluindo idosos, bem como para multidões em praias, estações de trem, parques e áreas de recreação e shopping centers. Ele não será usado em pátios particulares, nem emprega tecnologia de reconhecimento facial.”

Atualmente, Connecticut identificou 22.469 casos de COVID-19 e 1.544 mortes, de acordo com os últimos números compilados pelo rastreador de coronavírus da Universidade Johns Hopkins. Os EUA têm mais de 842 mil casos e pelo menos 46.785 mortes, segundo dados da quinta-feira (23) de manhã, o número mais alto do mundo.

A polícia de Westport acredita que o uso de drones não apenas manterá o público seguro, mas também permitirá que os policiais fiquem fora de perigo. Pelo menos 4.435 membros do Departamento de Polícia de Nova York contraíram COVID-19, segundo o New York Post, e 30 morreram da doença. Não há relatos de nenhum policial em Connecticut que tenha falecido por causa do novo coronavírus.

“O Departamento de Polícia de Westport e os socorristas de todo o mundo estão procurando maneiras eficazes de diminuir a disseminação do COVID-19 e manter suas comunidades seguras”, disse o chefe de polícia de Westport, Foti Koskinas, em um comunicado à imprensa.

“Essa tecnologia não apenas aumenta a segurança de nossos oficiais e do público, mas a ideia de usar drones continua sendo uma tecnologia essencial para alcançar as áreas mais remotas, com pouca ou nenhuma mão de obra necessária. Também ajuda nossos oficiais a adquirir dados de qualidade necessários para fazer as melhores escolhas em qualquer situação.”

A Draganfly não respondeu imediatamente a uma pergunta do Gizmodo na manhã de quinta-feira sobre quantos outros departamentos de polícia nos EUA podem estar testando a nova plataforma de drones da empresa. Atualizaremos este artigo se recebermos resposta.

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