Por dentro da misteriosa Rubber Room, da NASA

Desde que comecei a ler sobre a Rubber Room e a Blast Room, que ficam embaixo da plataforma de lançamento 39A no Kennedy Space Center, eu tive esperança de um dia poder fotografar estes misteriosos restos do programa Apollo. Eu vi pouquíssimas fotos desta sala na Internet e, falando com alguns amigos do KSC, tive […]

Desde que comecei a ler sobre a Rubber Room e a Blast Room, que ficam embaixo da plataforma de lançamento 39A no Kennedy Space Center, eu tive esperança de um dia poder fotografar estes misteriosos restos do programa Apollo. Eu vi pouquíssimas fotos desta sala na Internet e, falando com alguns amigos do KSC, tive a confirmação que o acesso a este bunker era bem limitado.

Depois do fim do programa Shuttle e da desativação das plataformas de lançamento, o acesso ficou um pouco mais fácil. Há duas salas Rubber e Blast construídas de acordo com plantas idênticas, uma sob a plataforma 39A e outra sob a 39B. Apenas recentemente, as salas debaixo da 39B foram fechadas devido a complicações com a remoção de tintas que contêm chumbo, que eram comuns durante aquela época. Por sorte, graças ao fato de ter sido outra empreiteira a responsável pela construção do 39A, as salas foram pintadas usando tinta sem chumbo e estão bem mais conservadas, permitindo visitas ocasionais. Eu finalmente teria chance de entrar na Rubber Room para uma tarefa para o SpaceflightNow.

A plataforma 39 A era o ponto de partida de todos os foguetes Saturn V para a Lua, exceto o Apollo 10. Antes de cada missão, cada astronauta recebia um treinamento para aprender a usar a sala. De acordo com cálculos, a explosão de um Saturn V tinha o poder de uma pequena bomba nuclear e iria destruir completamente o foguete e colocar abaixo toda a plataforma. A NASA precisava de uma série de contingências para manter astronautas e funcionários em segurança caso houvesse suspeita de um problema que poderia levar a uma explosão. A sala era acessada por meio de um escorregador de 60 metros, que saía da base da plataforma móvel.

No caso de uma possível explosão, os astronautas sairiam da cápsula e entrariam num elevador de descida rápida, que os levaria até a base da plataforma em 30 segundos (isso não parece muito rápido para mim). Depois de chegar à base, eles pulariam dentro do escorregador e chegariam à sala de borracha. Depois da chegada, eles dariam alguns passos até a Blast Room, fechando a porta blindada atrás deles. A sala, com o chão montado sobre uma série de molas, tem 20 cadeiras, o suficiente para os astronautas e os funcionários e poderia acomodá-los por 24 horas. Devido ao fato de que o fogo começaria, na maioria dos casos, na base do foguete e ao tempo que os astronautas levariam para chegar ao escorregador, a sala foi desenhada para os funcionários. Os astronautas tinham outra opção de cestas e cordas, que os levariam para longe da plataforma, semelhante à usada durante o programa Space Shuttle.

O acesso às salas não foi nada do que eu esperava. Do lado oeste da plataforma, você entra na Environmental Control Systems Room (ECS, ou sala dos sistemas de controle ambiental), responsável por produzir o ar limpo que alimentava a plataforma móvel. Depois de passar por uma série de ventiladores e tubos, você passa por uma porta de aço e imediatamente nota a enorme porta que leva você até a Blast Room. A sala tem duas entradas, uma que leva à Rubber Room e outra que leva ao túnel de saída que dá a 300 metros a oeste da plataforma, pelo qual eu passe quando estava entrando da ECS.

Como meu tour começaria na Rubber Room, continuei pela Blast Room e passei por outra porta enorme de aço. A sala estava mal iluminada, dando uma mística diferente a tudo aquilo. Rapidamente notei o porquê do nome, já que as paredes e o chão eram completamente cobertos de borracha sobre um suave amortecedor que foi feito para absorver a explosão. A sala permaneceu intocada depois do fim da Apollo e está, surpreendentemente, em boas condições. As paredes ainda estão suaves ao toque, assim como o chão, que também parecia esponjoso conforme eu andava.

Dentro, a câmara tinha 20 cadeiras, um banheiro e um equipamento para se livrar do dióxido de carbono e manter os ocupantes vivos até a chegada das equipes de resgate.

Mesmo nunca tendo sido usada, esta sala serve como um tipo de cápsula do tempo que leva ao passado. Foi uma experiência muito legal visitá-la e tirar fotos para compartilhar com aqueles que nunca a tinham visto.

 

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