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Por que o ser humano ainda tem pelos pubianos?

Este é um mistério que vem intrigando a humanidade por muito tempo — especialmente nos últimos anos, quando tantas pessoas estão dispostas a usar de todos os artifícios para remover seus pelos. Mas qual seria o propósito dos pelos pubianos e dos pelos das axilas? Seria só a mãe natureza tirando uma da nossa cara? […]

Este é um mistério que vem intrigando a humanidade por muito tempo — especialmente nos últimos anos, quando tantas pessoas estão dispostas a usar de todos os artifícios para remover seus pelos. Mas qual seria o propósito dos pelos pubianos e dos pelos das axilas? Seria só a mãe natureza tirando uma da nossa cara? Embora não exista uma resposta definitiva, há várias teorias acerca dos motivos de termos pelos na região do púbis e nas axilas. Uma delas é perfeitamente razoável. As outras, nem tanto.

Entre as teorias que têm furos está a que diz que a função dos pelos seria a redução do atrito, já que a fricção da pele pode causar um imenso desconforto em nossas partes sensíveis. Assim, os pelos seriam uma espécie de barreira multiuso, que evitaria a irritação e também reduziria as chances de se pegar uma DST — algo como uma camisinha natural. A teoria até faz algum sentido, mas várias pessoas reclamam de irritações nas axilas mesmo quando não raspam os pelos. E, bom, não é como se uma cortina de cabelo pudesse te salvar de pegar uma DST.

Quanto aos pelos pubianos atuarem como proteção contra a fricção durante as relações sexuais, como alguns sugerem, seria necessário um bom tempo de, hm, sexo entusiasmado para justificar uma proteção permanente. Se essa proteção é necessária para você, nós só podemos te dar os parabéns.

Outra sugestão para explicar a existência dos pelos pubianos é que eles agem como uma espécie de cobertor para os órgãos genitais. Isso parece plausível até você parar para pensar na localização dos pelos pubianos nos homens, que não estão exatamente cobrindo tudo o que precisa ser protegido. Parece que a mãe natureza fez um ótimo trabalho criando uma cobertura de pelos pubianos perfeita para as mulheres, que impede que a sujeira entre na vagina, mas os rapazes não têm proteção nenhuma em torno da uretra. Então, ao menos para as mulheres, os pelos genitais exercem a mesma função que os pelos que temos no nariz, as sobrancelhas e os cílios dos olhos.

Mas como em muitos outros casos na natureza, a principal teoria sobre o motivo de nós ainda termos pelos pubianos e nas axilas é a que diz que eles servem para ajudar a encontrar parceiros sexuais. Essa teoria tem como base o fato de que os pelos pubianos, diferentemente do cabelo, começam a crescer durante a puberdade, mais ou menos no mesmo momento em que as glândulas sudoríparas apócrinas se tornam ativas e começam a secretar uma substância oleosa que contém uma variedade de proteínas. Existe uma concentração de glândulas apócrinas nas axilas e nos genitais, embora existam algumas poucas delas em outros lugares do corpo. No entanto, elas não estão bem distribuídas pelo corpo, como, por exemplo as glândulas sudoríparas. Além disso,  a quantidade de pelos nas regiões genitais e nas axilas começa a diminuir quando as pessoas chegam aos cinquenta anos, provavelmente outra indicação de que os pelos estão ali para te ajudar a encontrar um parceiro sexual.

Para sermos mais específicos, alguns teorizam que os pelos do corpo existem para ficarem embebidos em feromônios potentes que servem para atrair parceiros. Essas secreções são inicialmente inodoras, mas acabam se transformando num cheiro almiscarado depois que vários micróbios penetram nelas. Um parceiro em potencial pode sentir o cheiro e o corpo o usa como um indicador de que você está pronto para ser cortejado.

Além disso, cada indivíduo exala um aroma diferente, graças a um sistema conhecido como complexo de histocompatibilidade (MHC). Estudos, como um no qual mulheres aspiraram o cheiro deixado em camisetas por homens que não haviam usado desodorante, mostraram que quanto maior a diferença entre os MHCs das pessoas, mais atraídas elas se sentirão uma pela outra. Embora a pesquisa não tenha sido conclusiva, evidências apontam que quando um casal com MHCs bastante diferentes têm um bebê, pode-se esperar uma taxa de aborto natural abaixo da média. Também acredita-se que quando maior for a diversidade genética, menos suscetível a doenças a prole se torna, o que sugere que obedecer seu nariz na hora de procurar um parceiro é uma vantagem evolutiva.

Bônus:

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