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Por que o Siri não está no novo iPad

De alguma maneira, apesar de toda a dúvida e ceticismo tecnológico, o novo iPad conseguiu não desapontar – provavelmente por carregar uma retina display que é mais encantadora do que um belo decote. Mas um monte de gente que comprou o novo tablet este fim de semana deve ter se sentido enganado pela ausência do […]

De alguma maneira, apesar de toda a dúvida e ceticismo tecnológico, o novo iPad conseguiu não desapontar – provavelmente por carregar uma retina display que é mais encantadora do que um belo decote. Mas um monte de gente que comprou o novo tablet este fim de semana deve ter se sentido enganado pela ausência do Siri. Mas será que o assistente do iPhone 4S daria certo no iPod gigante?

Siri no iPad é algo inevitável, assim como a Siri em praticamente tudo que a Apple vender é inevitável. Ela irá controlar suas músicas, ligar os seus programas favoritos, e claro, encontrar o centro de tratamento de viciados mais próximo quando você quiser drogas. É parte integrante da visão da Apple para o futuro dos computadores.

Então, se o Siri estava pronto para o iPhone 4S, por que ele não está no melhor iPad de todos os tempos? Ele é o dispositivo móvel mais rápido que a Apple já fez, então o poder de processamento não é desculpa. E tem a melhor tela para dispositivos móveis que a Apple já criou; pense em todas as possibilidades de comandos de voz que nós poderíamos fazer com o Siri. Qual o problema?

Matt Peckham da Times faz uma conjetura acertada: o Siri não é bom o suficiente para o iPad. Por quê? Porque o iPad é um animal totalmente diferente, que se encaixa em uma parte completamente diferente da nossa vida, comparado com o iPhone que está sempre no bolso:

Com um iPad, você pode estar sentado no trabalho ou em casa para verificar um e-mail, seus sites de redes sociais, ou navegar pela net. Ou você pode ser uma criança preparando-se para mergulhar em conhecimento, da maneira que alguém pode mergulhar com um livro, jogo ou enciclopédia. Os requisitos de um app de reconhecimento de voz nesses cenários são muito diferentes de quando você está por aí.

Ele está certo. Se você irá usar o Siri no iPhone, será por uma praticidade rápida: Onde está o X mais próximo, toque o álbum Y, mande uma mensagem Z para a esposa. Coisas que nós não precisamos perder tempo para fazer com os dedos. Preguiça.

Um iPad com Siri, por outro lado, poderia realmente pensar conosco. Ele poderia fornecer o equivalente a braços e um cérebro extra usando um outro computador, trabalhando em paralelo e nos ajudando, do jeito que a Apple sonhou mais de duas décadas atrás. Imagine começar uma dissertação enquanto a Siri procura uma lista de países Latino Americanos que passaram por revoluções no século 20, ordenados pelo PIB atual? Imagine pedir para a Siri selecionar todas as fotos dos seus pais no casamento do seu irmão, melhorá-las automaticamente, e redimensionar para um tamanho adequado para e-mail, tudo em um só comando verbal.

Siri em sua forma atual ainda está terrivelmente distante de ser capaz de fazer qualquer coisa assim – ele nem mesmo consegue entender um pedido do Mat Honan para tocar Coltrane – que uma versão para iPad seria como uma auto-paródia por parte da Apple. Mesmo em sua versão atual, o assistente é um produto beta no melhor dos casos, e uma função quebrada no pior:

O reconhecimento de fala é o exemplo mais óbvio de que é um beta. A resposta mais comum da Siri para mim é “eu não entendi muito bem isso”. É devido ao meu (muito sutil!) sotaque do sul dos EUA? É por que eu falo murmurando? Eu não sei, mas eu sei que o meu Nexus dificilmente falhou em me entender comparado com o Siri.

Pior do que falhar em entender as palavras que eu disse, é a falha em entender o que eu quis dizer. A Siri muitas vezes é meio burra. Claro, ela irá fazer o que você disser. Mas ela não interpreta diferenças sutis, mesmo que isso seja exatamente o que a Apple promete.

O Siri faz o básico em um celular. Qualquer tentativa de enfiá-lo no seu iPad, que aparenta ser o monolito brilhante da era pós-PC, seria desastroso. Isso significa que para interpretar o tipo de tarefas altamente sofisticadas que nós fazemos em computadores, não celulares, ele não serve. E ainda está um ano-luz de conseguir isso. Então por enquanto, não considere que isso seja uma função faltando. Considere que é uma falha que está faltando. [Time]

Foto: Kharidehal Abhirama Ashwin/Shutterstock

 

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