Organização que criou a ovelha Dolly acredita ter solução para doença suína misteriosa

Agora a mesma organização de pesquisa que nos trouxe a ovelha Dolly acha que pode ter uma solução para uma comum doença dos porcos

Para criadores de porcos, a Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína (SRRS) é um desastre. Antigamente chamada de “doença suína misteriosa”, ela apareceu no final dos anos 1980 em fazendas da Europa e dos Estados Unidos e se espalhou rapidamente, causando a morte de filhotes e afligindo animais adultos com febre, letargia e problemas respiratórios. É um grande problema que os criadores de porcos enfrentam, custando bilhões para a indústria todo ano.

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Agora, a mesma organização de pesquisa que nos trouxe a ovelha Dolly acha que pode ter uma solução: cientistas do Instituto Roslin, da Universidade de Edimburgo, modificaram a genética dos porcos para eles se tornarem resistentes ao vírus que causa a doença.

Em uma nova pesquisa publicada na PLOS Pathogens, os cientistas disseram que usaram a técnica de engenharia genética CRISPR-Cas9 para apagar uma pequena fatia de um gene em particular que estudos anteriores mostraram ter um grande papel em permitir que o vírus da SRRS estabeleça a infecção. A edição foi feita no começo do estágio embrionário, removendo a parte do gene em laboratório enquanto os porquinhos ainda eram zigotos e implantando então os embriões nas mamães porco. Ninhadas de porquinhos saudáveis com essa alteração genética nasceram, e alguns até tiveram sua própria ninhada com a alteração herdada.

Testes preliminares descobriram que as células dos porcos eram completamente resistentes à infecção das duas maiores estirpes do vírus. O próximo passo será testar se os porcos em si são resistentes à infecção quando expostos diretamente ao vírus.

O estudo continua uma pesquisa anterior que mostrou porcos que não tinham a proteína chamada CD163 não ficavam doentes quando expostos ao vírus SRRS. O CD163 existe na superfície de células imunes chamadas macrófagos, e sua presença parece ajudar o SRRS a entrar no corpo dos porcos e se espalhar. Então os pesquisadores do Instituto Roslin simplesmente deletaram a parte do CD163 do gene. Até agora, o processo não mostrou nenhum sinal de efeitos adversos nos animais.

Tanto no Estados Unidos quanto na Europa, regulamentações e atitudes contra a modificação genética podem tornar difícil levar esses porcos para o mercado. Mas, se funcionar, os super porcos com certeza serão uma demanda, tanto dos criadores de porcos, quanto dos amantes de bacon.

Imagem do topo: Laura Dow, The Roslin Institute

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