O Pornhub removeu mais de 8 milhões de vídeos de sua plataforma

Decisão vem uma semana após o site impedir que usuários não-verificados ou que não sejam parceiros enviem novos vídeos à plataforma.
Pornhub. Imagem: Ivan Radic (Flickr)
Imagem: Ivan Radic (Flickr)

Uma notícia nada animadora pegou os usuários do Pornhub de surpresa: a partir desta segunda-feira (16), eles só poderão ver vídeos hospedados em perfis verificados ou canais parceiros na plataforma. Com isso, mais de 8 milhões de vídeos estão desativados e devem passar por uma análise para voltarem ao ar — isso se voltarem.

A decisão vem cerca de uma semana após o Pornhub bloquear o envio de novos vídeos de contas sem o selo de verificação do serviço. E essa medida só foi implementada depois que o New York Times publicou um artigo de opinião apontando que o site hospedava vídeos de crianças vítimas de abuso, além de pornografia de vingança (quando vídeos são publicados sem o consentimento da vítima).

“Como parte de nossa política de proibição de uploaders não verificados, agora também suspendemos todo o conteúdo enviado anteriormente que não foi criado por parceiros de conteúdo ou membros do Model Program”, escreveu o Pornhub em seu blog oficial. O tal “Model Program” exige que o usuário passe por uma etapa de confirmação de idade para ingressar na plataforma.

O site ainda aproveitou para cutucar serviços, em sua maioria redes sociais, que não conferem a idade dos usuários. “Isso significa que qualquer conteúdo do Pornhub vem de usuários verificados, uma exigência que plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, YouTube, Snapchat e Twitter ainda não implementaram”, disse.

É possível que os vídeos desativados não tenham sido apagados, de fato, do Pornhub, mas mantidos em uma espécie de stand-by. De acordo com o Motherboard, eles passarão por um processo interno de análise para que a companhia verifique se foram publicados por usuários maiores de idade.

O artigo do New York Times destacava que o Pornhub, e por consequência sua empresa-mãe, a canadense MindGeek, continuavam impunes apesar de não tomarem atitudes mais concretas contra a disseminação de material de abuso sexual infantil. Mesmo após remover conteúdos denunciados, eles acabavam voltando à plataforma, o que tornava as medidas adotadas pelo serviço um tanto ineficazes.

Não demorou muito para que Visa e Mastercard se pronunciassem sobre o caso, encerrando a parceria com a empresa que permitia usar essas bandeiras para pagamentos na página. A Visa foi além e bloqueou os pagamentos em toda a rede de sites adultos da MindGeek, que inclui, além do Pornhub, as páginas do Redtube, Youporn, XTube e Brazzers.

Em comunicado enviado ao Gizmodo US, o Pornhub disse que tem uma “vasta equipe de moderadores humanos dedicada a revisar manualmente cada upload”, bem como sistemas automatizados de sinalização e de detecção de conteúdos suspeitos, além do uso da inteligência artificial de detecção do Google e tecnologias da Microsoft para eliminar materiais de abuso sexual infantil e impedir que vídeos assim sejam enviados novamente.

[Pornhub, Motherboard, Engadget]

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