Possível objeto interestelar está cruzando o Sistema Solar, diz ESA

Batizado de A11pl3Z, o objeto foi localizado nesta semana nas proximidades do "vizinho" Marte e pode ter origem fora do Sistema Solar
Imagem: ESS/Reprodução

Visitantes de uma galáxia tão distante podem sair da ficção científica e se tornarem reais. Quer dizer, pelo menos se estivermos falando de objetos e não de criaturas vivas. É o que acreditam os astrônomos da Agência Espacial Europeia (“ESA”, na sigla em inglês), que identificaram um objeto interestelar –que pode ter origem fora do Sistema Solar.

Onde está o objeto interestelar visto pela ESA

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Batizado de A11pl3Z, o objeto foi localizado nesta semana nas proximidades do “vizinho” Marte. Segundo o responsável pelo setor de “defesa planetária” da ESA, Richard Moissl, não há risco de colisão com a Terra.

“Ele voará profundamente no Sistema Solar, simplesmente passando pela órbita de Marte”, a uma velocidade estimada de até 60 km por segundo, ou seja, mais de 200 mil km por hora, declarou.

Segundo Moissl, sua trajetória indica “que não está em órbita ao redor do Sol, mas que vem do espaço interestelar e retornará para lá”. Dessa forma, os cientistas consideram o espaço interestelar a região onde o fluxo constante de matéria e o campo magnético do Sol deixam de influenciar o ambiente ao redor.

A União Astronômica Internacional, organização de cooperação internacional astronômica, ainda precisa confirmar as características do objeto. Segundo a ESA, o “visitante interestelar” pode ter entre 10 e 20 km de diâmetro.

Se os astrônomos confirmarem sua natureza, este será o terceiro objeto interestelar já observado. O primeiro, chamado Oumuamua, foi detectado em 2017, e o segundo, 2I/Borisov, em 2019.

Outros visitantes interestelares

O primeiro objeto interestelar detectado pelos astrônomos foi o Oumuamua, visto pela primeira vez em outubro de 2017. Na época, os cientistas teorizaram que o objeto celeste em formato de charuto poderia ser desde um asteroide até uma espaçonave alienígena.

Segundo os cientistas, Oumuamua se originou em algum sistema planetário distante como um objeto semelhante a um cometa. Em algum momento, ele acabou saindo de sua casa e se aventurando pelo espaço interestelar.

Já o 2I/Borisov foi o primeiro cometa interestelar localizado dentro do Sistema Solar. Ele recebeu esse nome para homenagear Gennady Borisov, o primeiro um astrônomo amador a localizá-lo. Assim, o cometa viajou em direção ao Sol e fez sua aproximação mais próxima do astro em 8 de dezembro de 2019.

Ele passou em seu ponto mais próximo da Terra no dia 28 de dezembro do mesmo ano, chegando à distância de 180 milhões de quilômetros.

Anteriormente, em meados de 2020, o cometa voltou ao espaço interestelar, onde poderá flutuar por mais milhões de anos antes de talvez um dia se aproximar de outro sistema estelar.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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