Sucesso: pela primeira vez, pousamos em um cometa

O módulo Philae tornou-se a primeira coisa que nós, seres humanos, já pousamos em um cometa.

Há mais de 10 anos, a sonda Rosetta deixou a Terra para começar uma viagem longa e solitária em direção a uma bola de gelo e rocha. Essa jornada de 6 bilhões de quilômetros acabou hoje: o módulo Philae tornou-se a primeira coisa que nós, seres humanos, já pousamos em um cometa.

O objetivo da Rosetta é o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, um objeto irregular cuja órbita fica entre Júpiter e a Terra. Não há nenhuma forma de se chegar lá em linha reta, por isso a Rosetta passou por um caminho longo e tortuoso, com quatro voos rasantes para que a gravidade dos planetas a guiasse até o cometa.

Na última parte do percurso, a Rosetta passou a orbitar o cometa 67P e desacoplou o módulo de pouso Philae. Esta foi a parte mais complicada e perigosa, e poderia arruinar muito do que foi preparado há uma década. A sonda e o cometa se movem em alta velocidade, então o erro mais ínfimo poderia fazer o Philae errar o pouso.

Desde que o módulo foi ejetado do Rosetta, ele ficou em queda livre durante sete horas, as chamadas “sete horas de terror”. O Philae tem um sistema de propulsão que o empurra para baixo, mas ele não estava funcionando; por isso, ele só poderá usar suas pernas em formato de arpão para se fixar no cometa. Se ele caísse em terreno acidentado, não haveria como se levantar.

Por que tivemos todo esse trabalho para estudar o cometa, basicamente um pedaço de rocha e gelo? É que ele pode responder uma questão fundamental: a origem do nosso sistema solar. Antes de o Sol e os planetas se formarem, ele era uma nuvem de gás e poeira chamado de “nebulosa pré-solar”. E os cometas preservam parte dessa nebulosa, como se fossem uma cápsula do tempo. O Philae é equipado com uma série de instrumentos para ajudar a estudar a composição do gelo e rochas do cometa 67P.

A missão vai durar até agosto de 2015, quando o cometa atingir o seu ponto mais próximo do Sol. O Philae estará lá quando o 67P entrar no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. É o fim de uma jornada e o início de outra.

Saiba mais:

Ilustração por ESA; atualizado às 14h40

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