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Não tem jeito: para viver mais, você precisa praticar exercícios regularmente, segundo novo estudo

A maioria das coisas em excesso pode fazer mal para a gente. No entanto, um novo estudo publicado no Jama Network Open sugere que se exercitar é uma exceção a isso. A pesquisa concluiu que qualquer nível de exercício cardiovascular — incluindo o praticado por atletas de elite — está relacionado com uma maior longevidade. […]

A maioria das coisas em excesso pode fazer mal para a gente. No entanto, um novo estudo publicado no Jama Network Open sugere que se exercitar é uma exceção a isso. A pesquisa concluiu que qualquer nível de exercício cardiovascular — incluindo o praticado por atletas de elite — está relacionado com uma maior longevidade.

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Não é segredo que se exercitar faz bem para nossa saúde, mas, recentemente, começaram a aparecer evidências de que atletas de elite e outras pessoas que se exercitavam muito poderiam apresentar risco maior de ter problemas no coração que uma pessoa média. As condições seriam batimento cardíaco irregular, artérias entupidas e válvulas cardíacas espessas. E essas condições poderiam, então, aumentar a possibilidade de um ataque cardíaco repentino em atletas ou causar outros problemas de coração.

Baseado nesta evidência, alguns pesquisadores teorizaram que os efeitos negativos dos exercícios seguem uma curva em U, onde pouco ou muito podem danificar o coração e reduzir nossa longevidade. Muitas dessas pesquisas, no entanto, eram baseadas em dados auto-reportados ou analisavam apenas os resultados à saúde em curto prazo, dizem os autores responsáveis pelo estudo atual.

Para a pesquisa deles, decidiram analisar dados de longo prazo do seu próprio centro médico, a Cleveland Clinic. Eles averiguaram dados de mais de 120 mil pacientes (cuja idade média era 53 anos) que tinham se exercitado em um teste de esteira ergométrica na clínica entre 1994 e 2014. Os resultados do teste deram aos pesquisadores uma medida objetiva da prática de exercícios. Então, usando prontuários médicos e dados de segurança social (espécie de CPF dos EUA), eles conseguiram saber se as pessoas morreram ou não.

Até o fim de 2017, cerca de 13.500 pessoas morreram. De modo geral, os autores concluíram que quanto mais em forma uma pessoa estava, menor a possibilidade de morrer prematuramente. E quando os efeitos positivos começaram a diminuir, com atletas de elite sendo apenas um pouco mais “à prova de morte” que pessoas altamente ativas, os pesquisadores descobriram que “não havia limite máximo de benefícios.”

“Essas conclusões enfatizam a importância de exercícios aeróbicos para a saúde”, dizem os autores.

Atletas de elite certamente parecem viver mais que as outras pessoas, em média. Quando comparado com pessoas menos em forma, os autores estimaram que atletas de elite têm um risco de mortalidade reduzido em 80%. E os efeitos nos atletas de elite foram especificamente profundos em pessoas mais velhas e nas que tinham pressão alta. Mas isso não quer dizer que se exercitar seja algo apenas para pessoas que querem correr uma maratona.

Outros pesquisadores descobriram que qualquer quantidade regular de exercício ajudará a longo prazo, não só ao prolongar a vida, mas ao melhorar a qualidade dos últimos dias de vida. E em um estudo atual, mesmo pessoas com níveis menores que os médios de exercício tinham menos probabilidade de morrer que aquelas com pior aptidão física. De modo geral, os autores estimam que a má condição física aumenta o risco de morte a um nível igual ou maior a outros fatores de risco, como fumar ou doença cardiovascular.

Então, sim, quanto mais exercício você fizer, melhor. Mas não precisa gastar mais energia ao andar ou subir escadas do que você é capaz, hein?

[JAMA Network Open]

Imagem do topo via Pexels

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