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Pré-venda do 4S começa quente e a “decepção” do novo iPhone é reavaliada

A AT&T anunciou que em 12 horas do primeiro dia de pré-venda chegou a vender 200.000 iPhones 4S, o melhor lançamento da operadora, que só não conseguiu vender mais porque o site ficou congestionado e, ao fim do dia, os estoques já foram para o saco. Ao que tudo indica, este deve ser, em termos de […]

A AT&T anunciou que em 12 horas do primeiro dia de pré-venda chegou a vender 200.000 iPhones 4S, o melhor lançamento da operadora, que só não conseguiu vender mais porque o site ficou congestionado e, ao fim do dia, os estoques já foram para o saco. Ao que tudo indica, este deve ser, em termos de vendas, o melhor lançamento do iPhone de longe: não só porque ele terá mais países sendo atendidos em menor tempo, como outras operadoras de mercados importantes estão entrando na dança, notadamente a Sprint nos EUA e a KDDI do Japão. Mas espere. Ele não era uma grande decepção? De fato como hardware Tim Cook não apresentou nada além do esperado – e muitos fãs e mesmo concorrentes esperavam o inesperado. Mas John Gruber, que mantém o espartano Daring Fireball e compreende a empresa como poucos, tem uma análise muito interessante sobre o iPhone 4S, especialmente sobre as “expectativas frustradas”. Acompanhe o raciocínio.

Gruber é fã declarado e defende a Apple, mas seus pontos são bem válidos. Se você tem um tempinho neste sábado e entende inglês, vale a leitura. Em resumo, ele basicamente explica por que cada um dos rumores sobre o “iphone 5″ teriam caído. Um persistente, de que a tela teria 4”, é o mais fácil de ser derrubado. Gruber acredita que se a Apple pensasse que algo maior que 3,5” fosse melhor, ela teria feito o primeiro iPhone (e os iPods) assim. Não só como, na cabeça da Apple, “menor é melhor”, telas muito grandes dificultariam o manuseio com um dedão apenas, o que parece ser algo importante em termos de usabilidade para a empresa. Outra teoria é que a Apple já teria investido junto com a Foxconn em maquinário para fazer o corte na forma exata do iPhone, e gostaria de preservar o investimento (aumentando as margens) nesta nova geração.

Sobre LTE, a habilidade extra de bandas muito rápidas demandaria mais espaço no chassi (já notou como os Androids 4Gs dos EUA são grandalhões?) ou, se não fosse possível, uma bateria menor para acomodar. Por ora, os chips de 4G drenam bastante bateria – e a Apple não permitiria que um aparelho mais novo tivesse um desempenho pior neste sentido. Mesmo assim, a AT&T chamará a sua rede HSPDA+ (que atinge até 14 Mbps) de 4G na barrinha do iPhone, o que é enganador, na real. A Sprint anunciou que no meio de 2012 sua rede de LTE estará em expansão, e a Verizon e AT&T devem seguir a mesma trilha, e aí se a Apple não embarcar no trem deve ficar bem para trás.

O analista aposta no sucesso do iPhone 4S porque a maioria dos consumidores troca de aparelho pelo menos a cada 2 anos, e o upgrade do 3GS para o 4S é monumental. Donos de iPhone 4 atuais terão basicamente os mesmos recursos, mas Gruber, dos poucos que mexeu um bocadinho no novo aparelho, diz que as melhorias da câmera são monumentais, e para quem se interessa pelo assunto, vale o upgrade. Além disso, a quantidade de gente que comprará um iPhone 3GS (por sinal o segundo smartphone mais vendido dos EUA em agosto) por ele ser “grátis” com 2 anos de contrato (o que é um tremendo mau negócio) não pode ser negligenciada.

E aí Gruber chega a uma conclusão bastante interessante. Apesar de recursos cada vez mais similares em termos de sistema, na questão de hardware Android e o iPhone estariam indo para caminhos bastante distintos. Os aparelhos populares com o robô são cada vez maiores, por exemplo – um caminho que a Apple parece que não trilhará tão cedo. Se você quer telões, às vezes com resolução HD, verá apenas nos aparelhos com sistema do Google. E no Android também aparecerão tecnologias ainda não largamente implementadas, mas com potencial, como o próprio 4G ou o NFC. E poderemos ver formatos cada vez mais variados, dos com teclado e telas curvadas até os intrigantes LEDs do novo Nexus da Samsung. Com o Siri e upgrades nas partes internas e iOS 5, está claro que mais do que nunca a Apple foca na experiência, enquanto o Android dá cada vez mais variadas opções. O que é melhor? Esperemos o Nexus Prime chegar e colocarmos as mãos no 4S nas próximas semanas. Algo me diz que o natal será bem interessante. [Daring Fireball. Outras análises parecidas aqui e aqui.]

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