_Espaço

Prepare-se, humanidade, porque o espaço é um show de horrores

Em outubro, a NASA descobriu que o universo estava inexplicavelmente se deslocando em direção a algo, digamos, estupidamente enorme. Eles chamaram o fenômeno de “fluxo negro” e é apenas um exemplo de tudo impressionante, assustador e inexplicável que espera a humanidade no espaço.

Em outubro, a NASA descobriu que o universo estava inexplicavelmente se deslocando em direção a algo, digamos, estupidamente enorme. Eles chamaram o fenômeno de “fluxo negro” e é apenas um exemplo de tudo impressionante, assustador e inexplicável que espera a humanidade no espaço.

Fluxo Negro. Ou então: a Grande Piada Cósmica do Universo
Como um tipo de gigantesco assento sanitário cósmico, a multidão de galáxias que habitam o universo conhecido está inexplicavelmente rumando para um minúsculo plano de 20 graus do espaço profundo. Ou pelo menos é o que o astrofísico Alexander Kashlinsky descobriu em um estudo incrivelmente controverso publicado em outubro de 2008. Em um idioma compreensível para nós leigos, o estudo sugere que lá longe no cosmos – depois de Tatooine e os Ewoks idióticos e as curvas da Caprica Six – há um naco de matéria tão além da nossa compreensão que de fato está atraindo o universo observável para ele a uma velocidade de 600 km/s.

Mas é neste termo “universo observável” onde se esconde o problema. Não conseguimos (e nunca conseguimos) “enxergar” como esta massa de matéria teorizada se parece. O que é ruim, já que a teoria do fluxo negro indica que esta massa – ou superestrutura – poderia ser qualquer coisa entre um outro universo a um reino de fantasia extravagante cujas leis da Física, forças e o espaço-tempo deformado estão completamente além de qualquer um de nós. Unicórnios, carros voadores, cães e gatos vivendo em harmonia, solte a sua imaginação e isto poderia ser verdade, já que nunca, absolutamente nunca conseguiremos ir pra lá.

E mesmo que todo este auê sobre o “universo observável” signifique que uma das maiores descobertas de todos os tempos nunca será observada pelo olho nu da humanidade, isto não significa que os cientistas estão impedidos de teorizar quanto quiserem sobre o há logo além do horizonte cósmico. De fato, Kashlinsky pretende continuar pesquisando o fenômeno usando dados do projeto WMAP (Sonda Anisotrópica de Microondas Wilkinson), que já tem 5 anos de idade. Lançada em junho de 2001, a WMAP tem sido um programa “formidavelmente bem-sucedido”, responsável por produzir um novo Modelo Padrão de Cosmologia, diz a NASA (nota do editor: as 10 principais descobertas da WMAP estão exibidas no site da NASA – J.L.).

O Sinal WOW! Ou então: Putamerda, Alienígenas estão Chamando!
Antes da Jodie Foster implorar para que a humanidade enviasse poetas para documentar os residentes de Vega, havia um sinal de verdade dos céus que tem sido, até hoje, uma das provas mais fortes de que não estamos sós.

Chamado de sinal WOW!, este toque de 72 segundos foi detectado pelo Dr. Jerry R. Ehman no dia 15 de agosto de 1977. Como o sinal desconhecido se encaixava exatamente nos parâmetros de como poderia vir a soar um sinal espacial, o maravilhado Ehman anotou “Wow!” ao ouvi-lo pela primeira vez. Eu também gosto de imaginar que na verdade ele de forma cartunesca caiu pra trás da cadeira e derramou café por todo o terminal quando isto ocorreu, mas isso é só loucura minha.

Uma das maiores provas que sustentam a teoria do Wow! ter origem extraterrestre – e não ser apenas um sinal aleatório da terra que quicou em algum satélite – foi a duração de 72 segundos. Assim como no caso do filme Contato, com suas 18 horas de estática gravada, é possível ler mais pela duração da transmissão do que pelo próprio sinal. De fato, em um estudo publicado no 20º ano do WOW!, Ehman explorou especulações e teorias adicionais com relação à duração do sinal:

“Existe ainda outro fator para levarmos em consideração. O sinal pode na verdade estar lá há anos (ou milênios, que seja) antes de ser detectado pelo seguinte motivo: logo antes da aquisição de dados e da análise (ou seja, a “corrida”) terem início, a declinação do telescópio foi alterada. Nos dias (e anos) anteriores a 15 de agosto de 1977, o rádio-telescópio não estava apontado com a declinação de onde o Wow! foi visto; assim, não teríamos como detectar este sinal. Devo observar que durante a Busca Celeste Ohio muitos anos antes, nós de fato percorremos a mesma declinação que havíamos feito quando o sinal Wow! foi descoberto. No entanto, nós usáramos um receptor de banda larga (banda de 8MHz). Um sinal em banda curta sobre um de larga teria sua intensidade reduzida a tal ponto que ficaria abafado no ruído. Assim, mesmo que o Wow! estivesse presente naquela época, nós não o teríamos visto”.

 

E aí, será que foram alienígenas? Se sairmos deste rochedo e rumarmos para as estrelas, será que um encontraremos a fonte deste sinal misterioso? Quem sabe, já que tentativas subsequentes feitas nos últimos 20 anos para localizar o sinal Wow!, ou algum outro como ele, falharam. Mesmo quando sistemas mais potentes foram implementados, como o Very Large Array no estado de Novo México (adorado por Hollywood), os resultados foram todos iguais: o mais absoluto silêncio.

No entanto, se você gosta de pensar positivamente, a ideia de que isto era alguma espécie de último feixe potente de radiação de uma raça alienígena moribunda não é implausível. Conforme detalhado pelo autor e astrônomo David Darling, o sinal Wow! pode ter sido gerado por uma civilização alienígena com acesso a uma antena transmissora como o nosso rádio-telescópio Arecibo. Eles também precisariam de um transmissor de 2,2 GW – extremamente potente, mas plausível para humanos (e definitivamente plausível se a sua raça está, digamos, prestes a ser extinta).

Misterioso BOOM da NASA. Ou então: Algo no Espaço está Gritando
Ao contrário do que o pôster do filme Alien, o 8º Passageiro (o original) pode ter levado você a acreditar, em algum lugar do universo algo está gritando – e nós podemos “ouvir”.

Nas palavras de Alan Kogut do Centro Espacial Goddard, “O universo de fato nos deu um baile. Em vez do sinal quase indistinto que esperávamos encontrar, eis que nos deparamos com este ‘ruído’ explosivo seis vezes mais intenso do que qualquer um havia previsto”.

Logicamente, não há som no espaço. O que o sistema ARCADE da NASA recebeu na verdade era um fundo de rádio cósmico ensurdecedor e a fonte por enquanto é completamente desconhecida. Normalmente, rádio-telescópios captam ruído eletromagnético em 10MHz e 100MHz, vindo do que conhecemos como “rádio-galáxias”. Mas, de acordo com as nossas teorias e modelos existentes, o sinal nem deveria existir, já que “não há rádio-galáxias o suficiente para justificar o sinal”.

Conforme detalhado pelo Jesus Diaz quando esta matéria saiu no início deste ano, a NASA disse que, para criar este sinal, “precisaríamos enlatar rádio-galáxias no universo como se fossem sardinhas. Não haveria nenhum espaço de sobra entre uma galáxia e a próxima”. Obviamente, este não é o caso.

A descoberta, apesar de impressionante, também tem o seu lado bastante negativo. Você se lembra de tudo aquilo bacana sobre o fluxo negro e a borda do universo que falamos antes? Bom, o BOOM complica os nossos esforços de detectá-lo com mais precisão.

Hubble espiona OVNI. Ou então: Sim, Este Realmente Era um OVNI Legítimo
Histórias como esta confirmam pra mim que precisamos manter o Hubble e programas semelhantes operando o máximo de tempo que seja humanamente possível.

No dia 21 de fevereiro de 2006 (o estudo só foi publicado recentemente), o venerável telescópio espacial espionou um OVNI em uma área de espaço onde não deveria haver absolutamente nada.

Mais estranho ainda é que o objeto desapareceu quase tão misteriosamente quanto apareceu, mais ou menos 100 dias após a observação inicial. Com o tempo ele ficou bastante brilhante, chegando à 21ª magnitude, depois foi desvanecendo igualmente rápido. Mais ou menos como uma explosão. Não se sabe muito mais sobre o fenômeno celeste e ele não tornou a aparecer desde 2006.

E a outra certeza? Bom, com certeza não era poeira, então lá se vão todas as suas piadinhas toscas.

A Grande Muralha Sloan: Não Existe Nada Maior

Até descobrirmos que troço gigante é este dando puxões na perna do universo, a estupidamente monstruosa Grande Muralha Sloan é a maior estrutura conhecida pelo homem.

É uma gigantesca muralha de galáxias, também conhecida como filamento galáctico, que mede 1,37 bilhões de anos-luz de uma extremidade à outra. O filamento foi descoberto apenas recentemente, no dia 20 de outubro de 2003, por J. Richard Gott III e Mario Juri? da Universidade Princeton. O seu imenso e inimaginável porte fica a igualmente inimagináveis 1 bilhão de anos-luz da Terra.

É meio difícil fazer você imaginar tamanha distância, então vamos reduzir a escala exponencialmente e comparar a Grande Muralha Sloan com algo que esperamos (dedos cruzados) ter mapeado em alguns milhares de anos: a Via Láctea.

A nossa galáxia na verdade é considerada como grandinha. Diversas estimativas dizem que ela tem aproximadamente 100 mil anos-luz de uma extremidade à outra e aproximadamente 1000 anos-luz só no seu núcleo (onde há um enorme buraco negro). Ou seja, 1,37 bilhões contra 100 mil. Eu diria que é como Davi e Golias, mas isto seria desgostosamente impreciso. Este Golias seria incapaz de sequer tomar conhecimento da nossa pequena existência insignificante. Nossa “grande” galáxia é mais como uma célula no corpo humano neste caso – diligentemente executando a sua tarefa mundana e insignificante enquanto o hospedeiro se move distraidamente pela eternidade.

Audaciosamente Indo Onde Nenhum Homem Jamais Esteve. Ou então: Meu Fechamento
Agora, assumidamente, estes fenômenos e objetos interestelares estão um tanto além tanto do nosso alcance quanto da nossa compreensão e eu duvido muitíssimo de que algum dia encontraremos qualquer um deles de primeira mão na nossa louca jornada para Fora Deste Rochedo logo mais. Mas você nunca ouvirá eu dizendo “nunca” quando falamos de viagem espacial, mesmo que você tenha acabado de fazê-lo. esta lista, se serve para alguma coisa, é um alerta para todos nós (ou nossos robôs) conforme viajamos pelo espaço profundo.

Cuida aí da sua reta no éter, pessoal, porque lá em cima tá um show de horrores.

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