Ministério volta atrás e diz que primeira morte por coronavírus no Brasil não ocorreu em janeiro [Atualizado]

Primeiro registro da COVID-19 no Brasil é do fim de fevereiro. No entanto, ao investigar, Ministério da Saúde descobriu paciente que morreu em janeiro.
Forças Armadas promovem ação de desinfecção no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), uma das medidas adotadas para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Forças Armadas promovem ação de desinfecção no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), uma das medidas adotadas para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O texto e título do post foram modificados de modo a invalidar boa parte do texto abaixo. Na quinta-feira (2), o Ministério da Saúde falou que a primeira morte por COVID-19 no Brasil ocorreu em janeiro. No entanto, nesta sexta-feira (3), as autoridades voltaram atrás e informaram que a data estava errada. A morte da paciente em questão aconteceu em 25 de março. Abaixo, a versão na íntegra do texto como estava.

Ficamos sabendo que o primeiro caso de coronavírus no Brasil foi identificado no fim de fevereiro. No entanto, em uma investigação retrospectiva conduzida pelo Ministério da Saúde foi descoberto que a doença já estava no Brasil anteriormente e que primeira morte por COVID-19 aconteceu na verdade um mês antes.

A notícia foi dada por Wanderson Oliveira. Secretário de Vigilância em Saúde no Ministério da Saúde Ministério da Saúde, nesta quinta-feira (2) durante coletiva de imprensa. Segundo ele, tratava-se de uma paciente de 75 anos de Minas Gerais que tinha sido internada num primeiro momento por estar com uma síndrome respiratória aguda grave.

Como havia amostras de sangue dela, fizeram um teste após sua morte, em 23 de janeiro, para o novo coronavírus e deu positivo.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de OliveiraO secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de OliveiraO secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira. Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Para recordar, o suposto primeiro paciente de coronavírus no Brasil foi um senhor de 61 anos que mora em São Paulo e que havia voltado no fim de fevereiro de uma viagem da Itália — àquela época, o país europeu já contabilizava centenas de infecções. Após um tempo no hospital, ele foi diagnosticado oficialmente em 25 de fevereiro e, posteriormente, se curou.

Aumento de internações por síndrome respiratória

Voltando ao primeiro caso, o fato é que a Fiocruz, de alguma forma, já tinha dado sinais de aumento em internações por síndromes respiratórias antes da chegada do COVID-19. Nem todas elas são relativas ao coronavírus, mas com o tempo o governo passou a classificá-las como suspeitas de terem sido causadas pelo coronavírus.

De acordo com a Fiocruz, desde o início do ano as internações por síndrome respiratória estavam em cerca de 300 por semana, quando a faixa de segurança é de 100. No início de fevereiro, os casos aumentaram para 437.

De alguma forma, este aumento de internações por síndrome respiratória mostra como o Brasil tem problema de subnotificação de casos e de mortes causadas pelo novo coronavírus.

Em São Paulo, por exemplo, pessoas morreram com síndrome respiratória aguda grave, mas não se sabe ao certo se foram causadas pelo coronavírus, pois o teste delas para condição ainda estava sendo processado.

Somado a isso, há uma corrida mundial por testes de COVID-19 e materiais para produzí-los. Então, fica difícil saber ao certo o real estado da disseminação da doença no País.

[G1, O Globo, Agência Brasil, BBC Brasil]

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