Primeira tentativa chinesa de enviar foguete privado ao espaço falhou

A nave que seria o primeiro foguete chinês privado a entregar um satélite à órbita da Terra falhou no sábado (27), segundo o jornal Guardian, com alguma coisa dando errado com a implantação do terceiro estágio do foguete Landspace Zhuque-1. Não está claro exatamente o que deu errado, embora vídeos do incidente deixem claro que a […]

A nave que seria o primeiro foguete chinês privado a entregar um satélite à órbita da Terra falhou no sábado (27), segundo o jornal Guardian, com alguma coisa dando errado com a implantação do terceiro estágio do foguete Landspace Zhuque-1.

Não está claro exatamente o que deu errado, embora vídeos do incidente deixem claro que a sua carga — um satélite chamado “Future” que seria usado em operações para a emissora Televisão Central da China (CCTV) — não parecia ter muita chance de alcançar a órbita.

Guardian escreveu que os responsáveis não explicaram a natureza da falha:

O foguete Zhuque-1, de três estágios, foi desenvolvido pela empresa Landscape, com sede em Pequim. A empresa disse em um post que, depois de um primeiro e um segundo estágios nominais, a espaçonave não conseguiu chegar à órbita, como um resultado de um problema com o terceiro estágio.

A empresa disse que “a separação da capota foi normal, mas algo anormal aconteceu depois do segundo estágio”. A declaração da companhia em sua conta na rede social Weibo não trouxe mais detalhes.

De acordo com o SpaceNews, o foguete Zhuque-1 custou aproximadamente US$ 14 milhões para ser desenvolvido e tinha aproximadamente 19 metros de altura, com peso de 27 toneladas. Ele foi desenvolvido como parte de um esforço de voo espacial chinês privado em andamento há anos, com pelo menos dez empresas do país disputando a entrada no mercado. A concorrente OneSpace testou motores de quarto estágio do seu foguete OS-M neste mês, escreve o SpaceNews, e está planejando lançar uma carga para a órbita da Terra até o fim do ano, depois de se tornar a primeira empresa privada chinesa a lançar um foguete ao espaço, em maio deste ano.

“A confiabilidade só é construída com o tempo e, portanto, a cadência de lançamento e a experiência terão de ser alcançadas antes que a confiabilidade possa ser verdadeiramente avaliada para a Landspace ou qualquer outra empresa de lançamento”, disse John Horack, especialista aeroespacial da Universidade Estadual de Ohio, em entrevista ao SpaceNews. “Deve-se esperar fracassos, pois isso não é um negócio fácil. SpaceX, Orbital, Virgin e outras empresas já tiveram de lidar com isso… Fracassos iniciais podem afundar uma empresa quase antes de elas começarem.”

O SpaceNews acrescentou que não está claro se a falha do lançamento de sábado significa problemas para as ambições mais grandiosas da Landspace, que já incluíram um modelo Zhuque-2 muito maior:

O foguete de dois estágios Zhuque-2 (ZQ-2), que a Landspace pretende fabricar no próximo ano e lançar pela primeira vez em 2020, medirá 48,8 metros de altura, com diâmetro de 3,35 metros, sendo capaz de entregar quatro mil quilos de carga à órbita baixa de 200 quilômetros de distância da Terra, e dois mil quilos a 500 quilômetros, usando motores methalox de 80 e 10 toneladas. A Landspace havia anunciado planos para foguetes de três estágios maiores da série Zhuque-2 — usando motores de impulso variável para permitir a tentativa de pousos verticais e da reutilização de primeiros estágios —, capazes de carregar até 32 mil quilos até a órbita da Terra a 200 quilômetros.

(Para efeito de comparação, esses planos para o modelo avançado Zhuque-2 têm uma capacidade de carga entre a do Falcon 9, da SpaceX, e a do Falcon Heavy, da mesma empresa, o que é um sarrafo bem alto).

Por mais que isso tenha sido um revés para a Landspace, não foi tão drástico quanto a tentativa da Interstellar Technologies de ser a primeira empresa japonesa a lançar um foguete ao espaço, no fim de junho deste ano, quando seu MOMO-2 mal decolou e já caiu de volta, explodindo.

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[The Guardian/SpaceNews]

Imagem do topo: Zhuque-1 decolando minutos antes de apresentar problemas. Crédito: Captura de tela do Scinews/YouTube

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