
Primeiras impressões do Switch 2: difícil de consertar e inferior ao Xbox e PS5
O Nintendo Switch 2 chegou às lojas – e já se esgotou – na última quinta-feira (5), graças ao hype e à nostalgia. Porém, o console apresenta problemas antigos, poucas novidades e continua inferior ao Xbox e PS5.
A Nintendo lançou um novo Joy-Con para o Switch 2 que conta com funcionalidades de mouse, mas também com drifts nos analógicos – ainda piores que o anterior. Outros acessórios incluem o controle Pro, que custa R$ 599,90, e uma câmera USB.
Mas, em termos de hardware, a Nintendo fica atrás da concorrência novamente, mesmo com a indústria se transformando.
Nintendo vs concorrentes
O processador da Nvidia do Switch 2 é excelente para portáteis, mas ainda fica atrás do PS5 e do Xbox Series X/S, com velocidades de frequência de 3,5 GHz — mais que o triplo do Switch.
A discrepância é ainda maior na placa de vídeo. Apesar do esforço da Nvidia em integrar uma GPU decente em um console híbrido, a performance do Switch 2 modo dock é muito inferior.
Enquanto a GPU do PS5 opera a 10,28 teraFLOPS por segundo (operações de ponto flutuante por segundo) e a do Xbox atinge 12,15 TFLOPS, o Switch 2 alcança, no máximo, 4,1.
Em termos de memória, o Switch 2 12 GB de RAM LPDDR5X e 256 GB de armazenamento em seu UFS 3.1 (Universal Flash Storage), a mesma tecnologia do Galaxy S22.
Sim, a Nintendo lançou o Switch 2 com uma tecnologia de armazenamento de celulares e dispositivos portáteis, como câmeras digitais, e na penúltima versão, de 2020.
O UFS 4.0 já está disponível, mas a Nintendo, além de não optar por um SSD, escolheu uma tecnologia cujo padrão apresenta velocidades máximas de leituras sequenciais de 1,2 GB por segundo.
Enquanto isso, o SSD do PS5, de 825 GB, consegue transferir dados brutos em 5,5 GB por segundo e sua memória RAM GDDR6 de 16 GB conta com uma largura de banda de 488 GB por segundo.
O Xbox Series X/S fica um pouco atrás na velocidade, mas o SSD é de 1 TB e a memória consegue apresentar desempenhos similares.
Por outro lado, as limitações do Switch 2 podem complicar a capacidade de reproduzir texturas em alta resolução, mesmo com um chip compatível com Ray-tracing.
Switch 2 quebra recorde da Nintendo: console é o mais difícil de consertar
E se a comparação não for justa – embora o Switch concorra diretamente com os consoles “de mesa” –, até o Steam Deck possui um SSD e consegue rodar títulos pesados.
Além disso, o Nintendo Switch 2 é mais difícil de consertar. O portal iFixit fez uma análise completa do novo console e o Switch recebeu uma nota 3 de facilidade de reparo.
O portal ressalta que alterou seu sistema de avaliação sobre a disponibilidade de peças de reparo da fabricante para o dispositivo. A Nintendo não vende peças originais dos seus dispositivos separadamente, o que reduz a nota.
Mas o que complica ainda mais são as portas de carregamento, o armazenamento principal e o leitor de cartuchos de jogos. Todos esses componentes são todos soldados no circuito principal.
As portas USB-C para carregar o console, aliás, são um dos principais problemas. Conforme a análise do iFixit, conectar e desconectar os cabos estragam as portas, que precisariam de uma nova soldagem.
A bateria do Nintendo Switch 2 é extremamente difícil de remover. Portanto, ela é outro fator pela nota baixa porque é senso comum o fato de que baterias percam o mesmo desempenho com o tempo. Vide o caso do iPhone, por exemplo.
Mas a bateria do Nintendo Switch 2, além do acesso difícil sem ferramentas adequadas – ou seja: da Nintendo – fica sob um adesivo muito forte que só é removido com álcool.
“A maioria dos componentes internos do Nintendo Switch 2 são modulares e, teoricamente, substituíveis. Mas a Nintendo nunca disponibilizou nenhuma parte para reparo e muito menos forneceu instruções para conserto”, diz o site, que ressalta que o Switch 2 vem sem manual de instruções.
E sobre o Joy-Con do Switch 2, o drift nos analógicos piorou, superando o DualSense do PS5. Veja:
Switch 2: Nintendo não acompanha Xbox e outros portáteis
Como o Switch 2 é um console híbrido, a nota do iFixit seguiu as informações da Nintendo: a maioria dos usuários usa o console no modo portátil. Portanto, o site não comparou o novo modelo com o Xbox e o PS5 para rankear o Switch 2.
Em vez disso, o Steam Deck, o Rog Ally da Asus, o Legion Go da Lenovo e o PS Portal foram as referências. Todos esses dispositivos, além de ampliar opções no mercado, elevaram o critério do nível de conserto de videogames portáteis.
A maioria possui designs modulares, SSDs que podem ser trocados, manuais de instrução e, sobretudo, peças disponíveis separadamente.
Enquanto a Nintendo aproveita da nostalgia e dos títulos exclusivos para garantir a popularidade (além de advogados 24 horas disponíveis para processar até supermercados), a indústria se move em outra direção.
A Sony aprendeu que restringir exclusivos não é a melhor opção e agora lança seus títulos para PC. O Xbox segue em direção à nuvem, disponibilizando grandes títulos em vários dispositivos.
E os portáteis, que usam sistemas operacionais que conseguem acessar o Game Pass e outros serviços de nuvem, aproveitam para expandir sua biblioteca.
Em mercados onde o hardware costuma ser caro, como o caso do Brasil, depender apenas da nostalgia e da exclusividade não é suficiente. Além disso, após várias ações controversas, a Nintendo já não é tão querida assim pela comunidade.