O primeiro anfíbio fluorescente já descoberto é muito fofo

A perereca-do-Chaco, nome popular da Hypsiboas punctatus, emite luz fluorescente no escuro e pode representar uma nova maneira de analisar anfíbios

Além de suas bolinhas, a perereca-do-Chaco, nome popular da Hypsiboas punctatus, tem basicamente a aparência mais “limpa” que você já viu em um anfíbio — é verde. Bom, exceto se você desligar sua lanterna e direcionar raios ultravioleta para ela.

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A fluorescência normalmente é restrita a certas espécies de peixes, tartarugas e papagaios. Ninguém algum dia relatou fluorescência em sapos, isso até uns pesquisadores argentinos decidirem jogar luz sobre umas pererecas com luz ultravioleta e ver o que acontecia. Esses pesquisadores ainda não sabem por que a perereca-do-Chaco é fluorescente, mas sua descoberta pode levar a uma maneira completamente nova de estudar anfíbios.

Mas, antes de tudo, o que exatamente é a fluorescência? Ela ocorre quando algo é atingido por luz, que ela reflete como um tipo diferente de luz. Neste caso, isso são as substâncias químicas na pele das pererecas, a luz que desencadeia fluorescência é de um tipo que nossos olhos não podem ver, ultravioleta, e a luz que a pele das pererecas reflete é visível. O brilho apenas ocorre quando a fonte de luz ultravioleta permanece ligada.

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Os pesquisadores haviam anteriormente observado um pigmento chamado biliverdin nos tecidos desta perereca sul-americana, que dão aos insetos um brilho vermelho fluorescente opaco, de acordo com um relatório da Nature. Então, eles decidiram jogar luz ultravioleta sobre as pererecas. Em vez de um vermelho opaco, a perereca emitiu luzes azul-claras e verde-claras — e o biliverdin não teve nada a ver com isso. Em vez disso, um conjunto de substâncias químicas que eles chamaram de hyloin-G1, hyloin-L1 e hyloin-L2 que tiveram origem nos fluidos linfáticos das pererecas brilharam debaixo da pele translúcida das criaturas, de acordo com o estudo, publicado nesta semana na Proceedings of the National Academies of Sciences.

Essas substâncias fazem as pererecas brilharem bastante, pelo menos 18% da luz total, à noite, sob lua cheia.

O solo já é bastante brilhante e colorida, e os pesquisadores citam um estudo antigo que diz que talvez a fluorescência seja irrelevante debaixo d’água. Entretanto, as retinas que espécies similares de sapos usam para visão noturno parecem especialmente boas para ver as cores específicas de luz das pererecas-do-Chaco. Isso não significa muito, já que é apenas uma correlação e sequer é entre sapos da mesma espécie. Porém, há vários indícios interessantes de que a fluorescência possa ser uma ferramenta que essas pererecas usam para se reconhecer. Agora, os pesquisadores precisam apenas observar vários outros sapos e executar mais experimentos.

Enquanto isso, temos essas belas espécies que brilham no escuro para observar.

[PNAS via Nature]

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