Professor pode pegar mais de 200 anos de prisão por mandar chips de mísseis dos EUA para a China

Um professor adjunto de engenharia elétrica da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) foi condenado por 18 acusações federais relacionadas a exportação ilegal de chips semicondutores de aplicações militares para a China, conforme a reportagem do Verge. Na semana passada, o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) anunciou que um tribunal federal […]
Um veículo chinês de lançamento vertical de mísseis WS-600L.
Um veículo chinês de lançamento vertical de mísseis WS-600L. Foto: Kin Cheung/AP

Um professor adjunto de engenharia elétrica da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) foi condenado por 18 acusações federais relacionadas a exportação ilegal de chips semicondutores de aplicações militares para a China, conforme a reportagem do Verge.

Na semana passada, o Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) anunciou que um tribunal federal da Califórnia condenou Yi-Chi Shih por todas as acusações no dia 26 de junho, incluindo conspiração por violar leis federais que proíbem certas exportações, falsas declarações fiscais e fraudes eletrônicas e postais.

Um comunicado à imprensa do DOJ diz que Shih e o corréu Kiet Ahn Mai colaboraram para ter acesso aos computadores pertencentes a uma empresa americana que fabrica circuitos integrados monolíticos de micro-ondas (MMICs), que são utilizados em tecnologias militares como caças aéreos, mísseis e sistemas de orientação de mísseis. A empresa não foi mencionada, mas a DARPA, a Marinha e a Força Aérea dos EUA são supostos clientes.

O comunicado do DOJ diz que Mai teve acesso ao sistema de tecnologia da empresa por meio do portal online ao agir como um consumidor baseado nos Estados Unidos tentando comprar MMICs customizados domesticamente. Shih então comprou MMICs e os enviou para a empresa chinesa Chengdu GaStone Technology Company, onde ele era presidente.

De acordo com o DOJ, em 2014, a GaStone foi colocada na “Lista de Entidades” do Departamento de Comércio dos EUA, que impede que empresas americanas vendam sem a permissão do governo. O governo americano acreditava que a GaStone estava obtendo itens para uso militar na China para atividades que iam de encontro com a política externa e os interesses de segurança nacional.

Shih aparentemente pagou pelos MMICs utilizando recursos que vieram da China e eram repassados por meio de uma companhia baseada em Los Angeles operada por ele. O LinkedIn de Shih diz que ele começou a trabalhar como professor adjunto na UCLA em 1994. A UCLA não respondeu imediatamente por um pedido de comentário do Gizmodo.

Shih e Mai devem ser sentenciados em setembro. Mai deve enfrentar 10 anos de prisão por contrabando, e Shih deve pegar, no máximo, uma sentença de 219 anos. Parece que o Departamento de Justiça que tornar o caso como um exemplo do que pode acontecer em casos de espionagem – tudo isso em meio as tensões crescentes entre Estados Unidos e China, que se originam em parte das acusações de que a China vem roubando propriedade intelectual americana.

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