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Programador de banco chinês é preso depois de achar um jeito de sacar R$ 3,8 milhões secretamente

Embora o Huaxia Bank tenha aceitado a desculpa de que ele estava testando o sistema, as autoridades o condenaram a dez anos e meio de prisão

Justin Sullivan/Getty

Um chefe de software de um banco chinês supostamente descobriu uma brecha no sistema de sua empresa e conseguiu furtivamente sacar sete milhões de yuans (cerca de R$ 3,8 milhões) ao longo de 14 meses. Quando foi pego, ele explicou que estava testando o sistema. O Huaxia Bank acreditou, mas as autoridades, não.

O South China Morning Post noticia que Qin Qisheng trabalhava no escritório de desenvolvimento de tecnologias do banco em Pequim quando percebeu que saques que eram feitos por volta da meia-noite não eram registrados no sistema. Em novembro de 2016, ele teria inserido scripts no sistema operacional para explorar essa falha sem disparar nenhum alerta.

Então, ele informou que começou a fazer saques de dinheiro na faixa de 5.000 yuans a 20.000 yuans (R$ 2.722 a R$ 10.889) com uma conta de teste. Ele não disse aos seus chefes e colocou o dinheiro na sua conta pessoal e investiu parte do dinheiro em ações, de acordo com o South China Morning Post.

Qin foi pego quando uma agência do banco estava realizando uma verificação manual em janeiro de 2018 e descobriu a atividade incomum da conta de teste que estava sacando o dinheiro. A polícia deteve Qin dois meses depois. Ele disse ao seu empregador que estava realizando um teste de segurança.

De acordo com o South China Morning Post, um representante do banco disse a um tribunal distrital que estava julgando Qin que a “razão para não denunciar era legítima”.

“Qin Qisheng disse que o assunto era complicado e envolvia muito trabalho”, disse o representante do banco ao tribunal, segundo o South China Morning Post. “Ele acreditava que o banco não prestaria atenção mesmo se ele relatasse.”

Qin devolveu todo o dinheiro ao banco, que pediu que as autoridades abandonassem as acusações contra o réu. Mas documentos judiciais teriam mostrado que o banco havia afirmado que as atividades de Qin violavam suas regras.

Durante o julgamento, o juiz apontou a contradição das declarações do banco. Decidindo que a devolução do dinheiro não o exonerava, o tribunal decidiu sentenciar Qin a uma multa de 11.000 yuans (R$ 5.988) e a dez anos e meio de prisão.

[South China Morning Post]

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