Como o navegador Project Spartan, da Microsoft, eliminou as piores partes do Internet Explorer

A Microsoft criou o navegador Spartan com uma interface moderna e uma nova engine de renderização: o EdgeHTML.

O Internet Explorer foi apresentado ao mundo em 1995. Ele derrotou o Netscape na guerra de navegadores e se tornou onipresente, mas seu nome ficou pesadamente manchado após o IE6 – tanto que cogitavam mudar seu nome.

Em vez disso, a Microsoft fez algo melhor: criou o navegador Spartan, com uma interface moderna e uma nova engine de renderização – o EdgeHTML.

Jacob Rossi, engenheiro sênior na equipe web da Microsoft, explica na Smashing Magazine como eles criaram um novo navegador deixando de lado o passado do IE – mas sem matá-lo completamente.

Desde 1997, o Internet Explorer usa uma engine chamada Trident. Nos últimos anos, ela passou a suportar tecnologias modernas da web, como o HTML5; mas ainda guardava uma quantidade enorme de código legado, para ser compatível com páginas web antigas (ou malfeitas).

Por isso, a Microsoft deu liberdade para Rossi recomeçar quase do zero:

… houve um silêncio libertador quando percebemos o que isso agora nos permitia fazer: deletar código, a catarse favorita de todo desenvolvedor. Nos meses seguintes, porções legadas enormes do IE foram excluídas da nova engine.

Foi tanto código jogado no lixo que Rossi diz: “ele se parece pouquíssimo com o Trident”. Ele também promete que há ganhos de desempenho.

Navegador Spartan no Windows 10

Compatibilidade

Mas como a nova engine vai manter a compatibilidade com sites atuais? Bem, Rossi diz que sua equipe fez um esforço enorme “para garantir que os desenvolvedores não tenham que lidar com inconsistências entre navegadores”. Isto é, os sites devem ser renderizados da mesma forma que no Chrome ou Firefox.

E se o site for antigo e feito para o Internet Explorer, sem problema: o Spartan na verdade são dois navegadores em um. Por padrão, ele usa o novo EdgeHTML; mas se precisar, ele pode usar a antiga engine de renderização Trident. E ele alterna entre elas automaticamente, sem que você precise fazer nada.

Ainda assim, não quer dizer que o Internet Explorer morreu. Há muitas empresas que usam recursos como barras de ferramentas, ActiveX, entre outros – e o Spartan não tem suporte a eles.

O que fazer? Embarcar o IE 11 no Windows 10, mas de um jeito diferente: no sistema, o navegador alterna entre as engines EdgeHTML (padrão) e Trident sem você notar.

Como testar

Internet Explorer rodando EdgeHTML

Por isso, você pode testar o EdgeHTML agora mesmo: após instalar o Windows 10 Technical Preview – instruções aqui – abra o Internet Explorer, digite about:flags e ative a opção “Experimental Web Platform Features”. Em um teste rápido, ele funcionou bem ao carregar o Gizmodo Brasil, Gmail e Facebook.

Se você não quiser instalar o Windows 10, então use o RemoteIE: ele permite usar o novo Internet Explorer sem fazer download, e funciona no Windows, OS X, iOS e Android.

Rumores diziam que o Spartan teria suporte a extensões, o que não se concretizou. Rossi diz: “nós estamos trabalhando em um plano para extensões em uma futura atualização para o Project Spartan. Ainda estamos no início de nosso planejamento, os detalhes ainda são voláteis.”

O navegador Spartan estará disponível para teste público nos próximos meses. Saiba mais detalhes sobre o EdgeHTML aqui: [Smashing Magazine via Windows Central]

Imagem inicial por Microsoft

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