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Puls: um dispositivo inteligente (e grande) para seu pulso receber ligações e tocar música

O Puls faz chamadas sem depender de um smartphone. Você pode checar o Facebook, Twitter e Instagram, obter direções, e falar com o assistente AneedA.

Em abril, o músico e empreendedor will.i.am mostrou pela primeira vez sua pulseira inteligente, semelhante a um smartwatch, que faz ligações e até toca música. Agora, ele está pronto para revelar mais detalhes: conheça o Puls.

Não chame isso de relógio: will.i.am diz que isto é um bracelete. “Relógios não têm chip de celular”, diz ele. Isso permite que o Puls faça chamadas e envie SMS; ele também possui conexão Wi-Fi e Bluetooth. Você pode checar o Facebook, Twitter e Instagram, obter direções, e falar com o assistente AneedA, um novo concorrente para a Siri. Ah, e você pode carregar a bateria usando uma jaqueta especial. Pois é.

Quando eu vi o Puls, a primeira coisa que me veio à cabeça foi: essa coisa é volumosa. Meus pulsos não são finos, mas quando eu o vesti – ele se abre como uma garra, e se fecha usando ímãs – ele ainda parecia grande.

Isso não é necessariamente algo ruim! Afinal, ele é uma pulseira. Mas um dos grandes desafios para wearables é conseguir um equilíbrio entre acessório de moda e item de tecnologia. A empresa i.am+ aposta nesse conceito de “fashionology” (moda e tecnologia), e quer criar mais produtos como este. No entanto, nem todo mundo vai querer usar algo tão chamativo.

Will.i.am diz que criou o conceito deste bracelete com Android, e fez algo diferente das outras empresas. Em vez de espremer todo o hardware atrás da tela curva, tudo é distribuído uniformemente pelo interior do Puls. Isso inclui 1 GB de RAM, 16GB de armazenamento, a bateria, os alto-falantes, o chipset e o cartão SIM.

Eu não pude deixar de rir quando vi o teclado surgir. Ele é incrivelmente minúsculo, mas fez um trabalho admirável em prever o que eu queria digitar.

Além do meu breve hands-on no Puls, conversei com will.i.am sobre a visão dele para este produto.


Moda e tecnologia são duas indústrias notoriamente instáveis. Conte um pouco mais sobre este conceito de “fashionology”, e como você quer unir esses dois mundos.

Vários acessórios me sugerem que eles deviam fazer algo. Os brincos que você está usando, por exemplo. São brincos incríveis. Minha cabeça diz: “imagine se eles fossem fones de ouvido”. Então, quando você vê a tecnologia, você pensa: “Uau, isso é incrível. Eu gostaria que ele tivesse um visual incrível também”. Isso acontece porque estas são duas disciplinas que não foram disciplinadas para colaborarem entre si. São dois mundos tão presos em sua grandiosidade que eles não querem colaborar.

Eu fico no meio. Adoro moda – fiz faculdade nisso, inclusive – mas eu amo a tecnologia – e recomendo aos jovens que façam faculdade nisso. O único lugar no mundo dos wearables onde as pessoas estão usando a imaginação é no pulso. É como dizer que todos no mundo só querem tocar congos.

OK. Mas o Puls também é um wearable para o pulso. Como você foi parar nisso?

O nosso wearable não precisa de um smartphone para funcionar. Por que ter um dispositivo que não precisa do celular? A academia. Estou cansado de ter que lidar com fios e com meu celular, e onde colocá-los, para ouvir música. Eu quero ter um dispositivo no meu pulso, onde ele está livre, e eu posso malhar sem problemas.

A outra questão é: quanta energia ele deve ter? Nós temos 780 miliamperes. Em um iPhone, são 900? Ótimo. São oito horas de autonomia, mas eu preciso de mais. Com a mophie [que faz baterias portáteis] podemos ter mais. Jaquetas, cara! Jaquetas. As mangas tocam o relógio e dão quatro dias de bateria; 4.000 miliamperes.

E nossas mochilas têm energia e som. Eu quero que ela toque alto o tempo todo. A parte interna é feita de fibra de carbono, com uma carga condutora na base, e ele se conecta via Bluetooth ao dispositivo para tocar música.

E você carrega o Puls via USB?

Não, o dispositivo vem com uma garra [imagem abaixo], e ele carrega em menos de uma hora.

Ele tem uma câmera?

Com o design de bracelete, você começar a ver problemas; as respostas se transformam em produtos. Primeiro, quem é que vai levantar o pulso para tirar uma foto? Eu não quero sair com um cara desses. Sejamos sinceros. Então como se tira uma foto? Com óculos. Vamos fazer óculos que tiram fotos. E as pessoas tiram fotos tocando no pulso e olhando.

É como o Google Glass?

Não. São apenas fotos, nada mais.

Essa é a única maneira de tirar fotos? Você apresentou isso hoje também?

Isso vem mais tarde. Se você quer tirar fotos, o smartphone é incrível. Não vamos nem tentar espremer aqui o que você pode fazer em um smartphone.

É possível fazer ligações, enviar mensagens de texto, mas você teria que pagar pelo plano de celular. Você espera que as pessoas andem por aí com o bracelete e o smartphone?

Sim, mas é assim… você tem um laptop?

Sim.

Você tem um tablet?

Na verdade, não.

Por que não?

Eu passo muito tempo em telas, não achei que precisava de mais outra.

Então você é uma screenager, assim como todos nós. Outras empresas chamam de “geração do milênio”. Mas se eles são milenares, quem somos nós? Somos screenagers. São todas as pessoas que gostam de telas. Grandes empresas não entendem a cultura popular. Eu entendo. Quem usa um laptop vai usar um tablet de forma totalmente diferente. Uma pessoa que usa um smartphone usará um Puls de forma totalmente diferente. Porque ele é mais útil em certos lugares: na academia, quando você está dirigindo. Quando você receber um telefonema no jantar, você não vai procurar na sua bolsa ou bolso, porque seu celular vibrou mas você não sentiu. Agora ele vibra no seu pulso, e apenas nele.

Então, se eu tenho um celular no bolso e o Puls no meu pulso, vou receber notificações duplas, ou eles são totalmente separados?

Nós temos um programa que estamos finalizando com a operadora AT&T que irá responder diretamente a essa pergunta.

Muitas pessoas vêm falando sobre smartwatches, porém muito menos pessoas realmente os testaram. Você vem vestindo um Puls há meses. O que mais se destacou nessa experiência?

A velocidade. Por exemplo: eu estou indo fazer uma corrida. Abro o app de música. [fala em voz alta para o AneedA] A Tribe Called Quest. Buggin Out. AneedA, coloque isso em minha coleção.

Ou dirigindo um carro:

Will.i.am diz: “Muito obrigado pela entrevista, foi muito bacana, agora estou dirigindo para casa. E eu fiz tudo isso usando meu pulso.”

O assistente traduz como: “Muito obrigado pela entrevista, foi muito bacana, agora estou dirigindo para casa e não ofereci meu pulso”. Quase.

Quando será possível comprar o Puls?

Ele estará em lojas selecionadas da AT&T até o final do ano.

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