A notícia que está dominando os jornais nessa manhã de segunda é sobre o voo 447 da Air France que saiu do Rio de Janeiro indo para Paris, que sumiu no Oceano Atlântico durante a madrugada, com 228 pessoas a bordo. Várias hipóteses estão sendo levantadas e uma delas é que a tragédia aconteceu porque o avião teria sido atingido por um raio. Mas quais as chances disso realmente acontecer em uma época que até pousar em um rio conseguimos?
O último registro feito de um raio ter de fato derrubado um avião foi em 1962, nos EUA, quando um Boeing 707 foi atingido, a descarga gerou uma faísca que incendiou o vapor de combustível em um dos tanques causando uma explosão que matou todos a bordo. De lá para cá houve vários avanços, e hoje em dia praticamente todos os aviões têm além de para-raios uma carcaça de alumínio que faz com que se um raio atinja o avião, a carga elétrica passe pela fuselagem e seja desviada para o ar. Pura Física. Isso já foi comprovado em vários estudos (Um avião de pesquisa da NASA já foi atingido 700 vezes em testes) e em voos reais tambem, como este video de um avião em Osaka (Japão) sendo atingido e voando lindo leve e solto como se nada tivesse acontecido. (Por mais assustador que isso pareça)
De novo, o risco é tão pequeno de acontecer alguma coisa que se um avião pousa em uma tempestade, você não pode sair do avião e ir para o aeroporto enquanto o tempo não melhora, por conta da proteção que o avião te dá.
Um ex-piloto de Airbus acabou dizer à CNN que a hipótese do raio assassino é extremamente improvável – mesma coisa que um outro perito em acidentes disse à Terra TV. Se vale o meu testemunho, jogo Flight Simulator desde o Win98, e uma das coisas mais legais é habilitar as panes/acidentes e ter de se virar com o avião durante o caos (coisas que os pilotos fazem um bilhão de vezes antes de voar de verdade), e uma delas é justamente essa situação: durante uma tempestade os circuitos podem entrar em curto e você ter de levar o avião para o lugar mais próximo/seguro possivel, e se no oceano, tentar de tudo para pousar em segurança na água mesmo.
Se aberrações magnéticas e paradisíacas ilhas de Lost realmente não existem, a pane elétrica e um pouso forçado no Oceano é a das poucas hipóteses que valem à pena acreditar. É a mais cientificamente plausível e a única que dá alguma esperança de que as pessoas sejam encontradas com vida.