Novo chip da Qualcomm para notebooks ganha 5G, mas fica devendo em desempenho

No ano passado, a Qualcomm fez uma grande investida no mercado de notebooks com seu primeiro chip feito sob medida para laptops – o Snapdragon 8cx. Para 2020, a Qualcomm está anunciando o Snapdragon 8cx Gen 2, que oferece nova conectividade 5G, bem como inteligência artificial e segurança aprimoradas, mas não traz muita coisa a mais […]
Imagem: Qualcomm

No ano passado, a Qualcomm fez uma grande investida no mercado de notebooks com seu primeiro chip feito sob medida para laptops – o Snapdragon 8cx. Para 2020, a Qualcomm está anunciando o Snapdragon 8cx Gen 2, que oferece nova conectividade 5G, bem como inteligência artificial e segurança aprimoradas, mas não traz muita coisa a mais em termos de desempenho — o que é meio estranho, levando em consideração que a Apple terá um produto concorrente em algum momento deste ano.

Não me leve a mal: adicionar suporte para 5G é importante, especialmente à medida que essas redes começarem a se tornar mais acessíveis. Ao combinar 5G sub-6GHz e mmWave, bem como Wi-Fi 6, laptops como o próximo Acer Spin 7 (que será o primeiro a contar com o novo chip Snapdragon 8cx Gen 2) devem estar bem equipados para produtividade móvel independentemente do tipo de conexão de que você depende.

A Qualcomm afirma que, ao usar seu AI Engine, o Snapdragon 8cx fornecerá desempenho de inteligência artificial mais rápido e eficiente em termos de energia para coisas como “interações de videoconferência mais fortes por meio de ferramentas como contato visual acelerado e avatares expressivos”.

Recursos como esse podem tornar a sequência interminável de reuniões de Zoom e Skype um pouco menos enfadonhas, mas eu duvido que as pessoas comprem um computador novo só para ter avatares digitais mais expressivos.

O próximo Spin 7 da Acer é um 2-em-1 Windows de 14 polegadas e o primeiro a contar com o novo chip Snapdragon 8cx Gen 2 da Qualcomm. Foto: Acer

É mais ou menos a mesma situação com a segurança. A Qualcomm afirma que o Snapdragon 8cx Gen 2 melhorou “segurança e capacidade de gerenciamento para empresas, pequenas empresas e educação”, com a natureza de PCs sempre conectados e sempre ligados proporcionando aos administradores de TI acesso rápido a máquinas remotas onde quer que estejam. Um bom recurso, mas nada obrigatório para uma pessoa comum que quer comprar um laptop.

Quando se trata de desempenho, a Qualcomm afirma que o Snapdragon 8cx “oferece desempenho de todo o sistema e vida útil da bateria 50% maior em comparação com as soluções concorrentes”. São praticamente as mesmas palavras que a Qualcomm usou no ano passado, e as soluções concorrentes não mudaram muito (embora isso provavelmente se altere até o final do ano).

Resumindo: o Snapdragon 8cx Gen 2 é praticamente o mesmo chip do ano passado, mas com alguns ajustes e novos modems wi-fi e 5G instalados. E para mim, isso é um pouco preocupante, porque o Snapdragon 8cx não era lá especialmente rápido.

As duas maiores reclamações sobre o Windows em máquinas Snapdragon eram a baixa compatibilidade de aplicativos e desempenho sem brilho. O Snapdragon 8cx foi adotado em vários computadores de alto nível no ano passado, incluindo o Galaxy Book S e o Surface Pro X (que tinha um chip Microsoft SQ1 fortemente baseado no Snapdragon 8cx).

Ok, a Qualcomm não pode fazer muita coisa em relação à baixa compatibilidade de aplicativos, já que isso é algo que está sob responsabilidade principalmente da Microsoft e dos desenvolvedores de software; são eles que precisam trabalhar nessas questões, incluindo melhor suporte para ARM 64 em aplicativos.

Mas também é uma espécie de problema do ovo e da galinha. Os desenvolvedores não querem perder tempo portando aplicativos para ARM64 quando o número de usuários com laptops Windows baseados em ARM é incrivelmente pequeno.

Ao mesmo tempo, é difícil para os fabricantes de laptops investir muito dinheiro na fabricação de novos laptops Windows baseados em ARM quando a falta de aplicativos compatíveis resulta em uma experiência ruim para o usuário.

No entanto, se os desenvolvedores virem processadores mais poderosos sendo disponibilizados para Windows em máquinas Snapdragon, eles podem estar mais inclinados a portar mais aplicativos x86 para ARM64, principalmente se souberem que esses novos laptops têm o necessário para rodar programas mais sofisticados, como aplicativos de edição de vídeo ou suítes de modelagem, com níveis semelhantes de desempenho.

Isso é o que torna a velocidade do Snapdragon 8cx Gen 2 (ou melhor, a falta dela) tão importante. No mínimo, melhorar o poder de computação geral pode resolver parte da lentidão que você encontra no Windows em sistemas Snapdragon, simplesmente empregando força bruta em parte da emulação usada para fazer aplicativos ARM não nativos funcionarem no Windows.

Para o punhado de aplicativos UWP que foram adaptados para funcionar no ARM, desempenho não é um problema. O problema é a grande maioria dos aplicativos “legados” que não passaram por esse processo.

Esses aplicativos Win32 x86 nativos são forçados a executar dentro de uma camada de emulação para que funcionem em sistemas Windows baseados em ARM, resultando em uma sobrecarga de desempenho que significa que um sistema precisa de poder de computação extra para que um aplicativo funcione tão bem em ARM quanto em uma máquina x86.

Essa é atualmente uma grande dificuldade, e pelo menos no papel, esta segunda geração do 8cx não parece resolver o problema. E não vamos nem discutir os aplicativos Win32 x64 de 64 bits, que não têm nenhum suporte no ARM.

Independentemente disso, a grande preocupação é que, sem melhorias significativas de desempenho para o Snapdragon 8cx Gen 2, parece que o novo chip para laptop da Qualcomm continua na mesma.

Em tempos em que a Apple anunciou uma grande mudança e começará a usar chips próprios ARM nos futuros Macs, e a AMD fez grandes avanços no desempenho de seus chips em comparação com a Intel, o desempenho é importante. Melhorar a conectividade e fazer ajustes de inteligência e segurança não é ruim, mas um desempenho apenas razoável não parece ser o bastante para competir.

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