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Quando a vida imita um jogo, no mau sentido

Lembra da Copa do Mundo, quando houve muita discussão sobre a suposta necessidade de trazer mais tecnologia aos gramados? Bolas com sensores, juízes extras assistindo a replays etc? Sem querer entrar nos méritos da tecnologia no esporte, mas já entrando, é preciso lembrar que quando um esporte depende demais da tecnologia, ele se torna quase como um videogame. Incluindo a possibilidade de usar cheats.

Yang Shu-Chun é uma taiwanesa de 25 anos que competia no taekwondo durante os Jogos Asiáticos. Ela foi eliminada esta semana, sob acusações de usar chips extras nos calcanhares, sob as meias. Aparentemente, no taekwondo a contagem de pontos e a validação de cada golpe é feita com dois sensores, um em cada meia do lutador. Os tais sensores extras interfeririam neste processo, dando vantagem injusta à lutadora, que, segundo o The China Post, foi eliminada da competição no meio da luta, quando um dos juízes percebeu que a sua pontuação estava sendo computada de maneira não usual.

A eliminação está sendo contestada pelo povo e pelo governo de Taiwan, sob alegações de que a lutadora foi emininada injustamente — ela deveria ter sido impedida de lutar na inspeção que acontece imediatamente antes da luta, mas em vez disso teve sua luta interrompida. Isso gera um atrito político com a China, já que a situação de Taiwan é complicada: a China considera o país uma colônia rebelde, enquanto Taiwan se considera independente. Já houve ameaças chinesas de invasão a Taiwan se o país arriscar declarar independência de modo formal.

Mas, conforme estabeleci no início do post, a discussão mais próxima e interessante e dentro do escopo deste blog não é política, mas tecnológica. Até que ponto a confiança em métodos eletrônicos neste caso é interessante? Transformar um esporte em um jogo eletrônico que se joga com o corpo traz mais possibilidades de trapaça? [Folha]

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