Quase metade das geleiras do mundo já está condenada

Estudo revela que cerca de 40% das geleiras do mundo foi condenada pelo aquecimento global
Imagem: Unsplash/Reprodução

De acordo com um novo estudo publicado na Science, cerca de 40% das geleiras atualmente estão condenadas a derreter devido às emissões de combustíveis fósseis. E, caso o mundo atinja o aquecimento de 2,7º como previsto, a perda deve subir para 75%. Nesse cenário, todas, exceto sete das 19 principais regiões glaciais do mundo, perderão ao menos 80% de suas geleiras. No Ártico russo, no oeste dos EUA e na Islândia, elas desapareceriam.

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Além disso, a perda de geleiras deve elevar o nível do mar, afetando bilhões de pessoas e provocando migrações em massa. O derretimento também aumentaria o colapso de lagos de gelo, devastando comunidades – sobretudo as que dependem do turismo glacial – e ecossistemas selvagens.

Atualmente, as geleiras contribuem com cerca de um quarto da elevação do nível do mar – com as que já estão condenadas, são mais 11 cm. Se o aquecimento global atingir 2,7 °C, a elevação será de 23 cm do nível do mar somente devido a elas. Entretanto, limitando o aquecimento global a 1,5 °C, esse valor cai para 14 cm.

Estudo revela como salvar as geleiras do derretimento e pior cenário

Reduzir as emissões de carbono e limitar o aquecimento à meta internacional salvaria metade do gelo das geleiras. Segundo cientistas, cada décimo de grau de aumento evitado economizaria 2,7 trilhões de toneladas de gelo. Mesmo assim, o derretimento das geleiras continuará por séculos, ainda que o aquecimento climático cesse.

A nova pesquisa usou oito modelos glaciais para calcular a previsão até depois do final do século – quando já se sabia que cerca de 20% das geleiras estariam fadadas a derreter. O ano base para análise foi 2020, mas no último século, as geleiras perderam enormes quantidades de gelo, difíceis de quantificar devido à escassez de dados históricos.

Os modelos estimaram a perda de gelo das 200 mil geleiras do mundo. Embora as previsões sejam incertas, segundo os pesquisadores, a perda pode ser maior do que a estimativa média, podendo chegar a 55%. Na parte sul do Canadá Ártico, por exemplo, 80% das geleiras já foram condenadas, enquanto na parte oeste da cadeia de montanhas Indocuche-Karakoram-Himalaia, apenas 5%.

Isabela Oliveira

Isabela Oliveira

Jornalista formada pela Unesp. Com passagem pelo site de turismo Mundo Viajar, já escreveu sobre cultura, celebridades, meio ambiente e de tudo um pouco. É entusiasta de moda, música e temas relacionados à mulher.

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