Quase metade dos cientistas na Ucrânia são mulheres

Segundo um levantamento da Unesco, só 30% dos cientistas do mundo são mulheres, mas essa média é bem maior na Ucrânia
Mulheres Ucrânia
Imagem: Julia Koblitz/Unsplash/Reprodução

Um levantamento feito pela Unesco aponta que apenas 30% dos cientistas em todo o mundo são mulheres. A média na Ucrânia, por sua vez, supera bastante esse número. No país europeu, as mulheres representam 46% desse total, elevando a nação à 12º posição do ranking entre os países do continente com maior taxa de atuação feminina na ciência.

A maior parte das pesquisadoras ucranianas atua nas áreas de ciências sociais (65,8%), medicina (65,2%) e ciências humanas (60,3%).

O incentivo por lá é relevante. Em 2018, o país começou a promover a premiação L’Oréal-UNESCO For Women in Science Awards, que visa reconhecer mulheres que atuam no campo de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.

Na edição de 2021, foram premiadas Iryna Bespalova, doutora em Ciências Técnicas pelo Instituto de Materiais Cintilantes da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia, Valentyna Nosenko, PhD em Física e Matemática pelo Instituto de Física de Semicondutores da NAS da Ucrânia e Iryna Sulym, PhD em Química pelo Instituto de Química de Superfícies da NAS da Ucrânia.

E os incentivos valem também para as mulheres mais jovens. Olha Kharasakhal, estudante de 15 anos da Academia Júnior de Ciências da Ucrânia, ganhou destaque ao criar uma tecnologia acessível capaz de detectar metástases nos estágios iniciais do câncer. Já Yelyzaveta Stolyarchuk, de 18 anos, desenvolveu um método de reciclagem de resíduos envolvendo energia solar.

Essas cientistas continuam o legado de grandes nomes ucranianos, como Nina Morozhenko, que dedicou sua vida ao estudo da física do Sol, e Nataliia Vynohrad, epidemiologista e especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS) em resposta a ameaças epidêmicas.

A recente guerra da Ucrânia traz uma ameaça para o futuro da ciência no país. Em entrevistas à revista Nature, muitos pesquisadores relataram planos de fuga, enquanto outros interromperam seus estudos para pegar em armas.

Diante desse cenário, algumas universidades ao redor do mundo aderiram ao movimento Science for Ukraine, oferecendo bolsas de estudos e trabalho para os cientistas afetados. Neste link, há instruções em inglês sobre como você pode ajudar os pesquisadores do país a seguirem em seu ramo de atuação.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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