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Quase metade dos “iniciados em internet” vai usar as redes sociais para escolher voto, diz pesquisa

Vimos de dois anos para cá, com as eleições em países europeus e, principalmente, nos Estados Unidos, a força das redes sociais para influenciar os resultados das urnas. E no Brasil, ainda que possivelmente em menor escala, isso deve se repetir. E é por isso que se faz tão imprescindível toda a discussão sobre a […]

Vimos de dois anos para cá, com as eleições em países europeus e, principalmente, nos Estados Unidos, a força das redes sociais para influenciar os resultados das urnas. E no Brasil, ainda que possivelmente em menor escala, isso deve se repetir. E é por isso que se faz tão imprescindível toda a discussão sobre a disseminação de notícias falsas na época em que os eleitores vão às urnas.

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E dentre as plataformas que servem de palco para o debate político na rede, o Facebook segue dominante, mesmo depois do escândalo envolvendo a empresa de consultoria política Cambridge Analytica, que obteve de forma indevida as informações de ao menos 87 milhões de pessoas no mundo todo e atuou para influenciar a eleição de Donald Trump nos EUA.

É isso o que revela uma pesquisa realizada pela IdeiaBigdata para a Bites, empresa de análise de dados, que consultou 1.482 pessoas, maioria delas (47%) da classe C, com mais de 35 anos (62,8%) e localizada no Sudeste (44,4%) — o restante das informações sobre os perfis mostram equilíbrio.

A pesquisa foi feita por meio de um aplicativo chamado PiniOn, o que já mostra que as respostas que você verá aqui vêm de pessoas já iniciadas em smartphones e redes sociais e, portanto, não pode ser um retrato preciso de todo o eleitorado brasileiro. Ainda assim, traz informações relevantes sobre a forma como as redes podem influenciar o voto daqueles que são “iniciados em internet”.

Dos 1.482 entrevistados em abril deste ano, 43,4% afirmaram que a internet e as redes sociais deverão influenciar seus votos. A pesquisa mostra também que 59,5% dessas pessoas pretendem acompanhar as publicações de seus candidatos nas redes sociais, com o Facebook sendo a fonte preferida de informação (58,5%). A rede de Mark Zuckerberg é seguida por YouTube (13,2%), Instagram (11,5%), Twitter (8,9%), WhatsApp (4,8%) e Linkedin (3,2%).

O número baixo que vemos no WhatsApp deve ser também interpretado com alguma cautela. Sabemos que o app de mensagens instantâneas é um grande responsável pela disseminação de notícias falsas, sobretudo de natureza política, e que os grupos de família são terreno fértil para que todo o tipo de desinformação se espalhe.

A pesquisa conta que, ainda sobre o WhatsApp, 75,4% dos entrevistados receberam informações sobre política na plataforma — e que 36,1% repassaram essas informações para sua rede de amigos.

A questão da amizade também desempenha um papel que vale à pena levar em consideração ao se falar na influência das redes sociais em eleições. A pesquisa revelou que uma parte expressiva dos entrevistados “confia com alguma restrição” na opinião de seus amigos sobre política publicada nas redes.

Na escala de 1 (desconfio totalmente) a 5 (confio totalmente), 38,9% se colocaram no grau 3 quando o assunto é o debate de ideias políticas no universo digital, com 27% desconfiando totalmente e 21,6% se pondo no grau 2.

A TV ainda importa mais

Apesar do crescimento inegável das redes sociais no debate político, a televisão segue sendo a principal fonte de informações para as pessoas que acessam à internet pelo celular. Dos entrevistados, 53,6% afirmaram ter a TV como fonte de notícias relacionadas à política, com sites de notícia aparecendo em segundo lugar (42,5%). Jornais (42%), redes sociais (40,3%), rádio (16,3%) e WhatApp (10,9%) completam a relação.

[Bites]

Imagem do topo: Marri Nogueira/Agência Senado

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