Quem escreveu a Bíblia? Esta IA quer esclarecer a dúvida

Pesquisadores de Israel estão usando uma inteligência artificial para responder uma das perguntas mais antigas: Quem escreveu a Bíblia?
Imagem: Freepik/Reprodução

Um estudo está usando inteligência artificial para desvendar um dos maiores mistérios da humanidade: quem escreveu a Bíblia? Pesquisadores israelenses desenvolveram um algoritmo que analisa padrões linguísticos para identificar os autores por trás dos textos sagrados, compostos há cerca de 2.800 anos. A pesquisa foi publicada na revista PLOS ONE.

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O estudo se concentrou em três tradições literárias principais da Bília:

  • Deuteronômio (séc. VII a.C.) – Leis centradas no culto em Jerusalém.
  • História Deuteronomista (séc. VII-VI a.C.) – Narrativas desde a conquista de Canaã até o exílio na Babilônia.
  • Escritos Sacerdotais (pós-exílio, séc. VI-V a.C.) – Ênfase em rituais e sacrifícios.

O algoritmo analisou 50 capítulos da Bíblia Hebraica, comparando a frequência de palavras como Elohim (Deus), melech (rei) e zahav (ouro). Assim, para pesquisar a autoria da Bíblia Hebraica, a equipe adaptou um algoritmo que analisa a distribuição de palavras em textos em inglês. Em seguida, criou um “dicionário estatístico” para cada escola de autoria. E, dessa maneira, identificando padrões.

A ferramenta encontrou, por exemplo, diferenças nos dois textos que abordam a história de Samuel – um importante profeta com um papel na na recuperação da fé em Deus dos israelitas.

Segundo a pesquisa, o primeiro texto não se encaixa em nenhum dos estilos reconhecidos. Contudo, o segundo mostrou afinidade com os textos da chamada “História Deuteronomista”.

A pesquisa dividiu em três grupos:

  • 84% de precisão nas atribuições, ou seja, confirmando muitas hipóteses acadêmicas.
  • A Narrativa da Arca (I Samuel vs. II Samuel) foi escrita por autores diferentes, apoiando teorias minoritárias.
  • Textos como Gênesis 14-15 e o Livro de Ester não se encaixam nas três escolas principais.

Agora, a equipe planeja analisar livros proféticos e revisões tardias do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). “Há muitas questões em aberto em relação aos livros proféticos, bem como às últimas revisões do Pentateuco”, disse Thomas Römer, um dos autores do estudo, ao jornal Times of Israel.

“Este método será de grande ajuda para obter resultados mais objetivos”, completou o pesquisador.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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