Querem mudar a contagem do tempo

A forma como contamos um segundo será outra até 2030. Entenda como esse cálculo é feito - e o que o muda na prática
tempo
imagem: Pixabay / reprodução

A unidade de medida que conhecemos como “segundo” pode mudar — ainda nessa década. Isso significa que, até 2030, o mundo pode ter um novo jeito de contar o tempo.

Um projeto de mudança em relação à contagem do segundo vai ser apresentado formalmente na próxima 27ª Conferência Geral de Pesos e Medidas, que acontece entre 15 e 18 de novembro deste ano.

Atualmente, a entidade responsável por definir pesos e medidas é o Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM), localizado em Paris. Para determinar a duração de um segundo, os cientistas usam o átomo do Césio-133, ou melhor, a duração de uma vibração das partículas que compõem esse átomo. Difícil? A gente explica.

O Césio-133 é um metal líquido, pesado, com partículas de movimento lento e fácil de rastrear. Além disso, esse movimento é constante e invariável. Por isso, ele é mais confiável que outros métodos mais simples — por exemplo, o tique-taque do ponteiro do relógio, que pode atrasar por diversos motivos. De tão preciso, o segundo contado com ajuda do Césio-133 só atrasaria daqui a trezentos anos.

Essa definição serviu bem à humanidade por muitas décadas. Mas, com o avanço tecnológico, já existem mais recursos para deixar essa contagem ainda mais precisa.

Novos padrões

No futuro, a passagem de um segundo ficará cada vez mais precisa não apenas no nível abstrato. Afinal, ninguém tem em casa um relógio que usa os átomos de Césio-133 para mover seus ponteiros.

Para isso, cientistas que já trabalham em relógio ópticos mais sofisticados. “Os padrões de frequência óptica atingiram o nível em que podem realizar medições de frequência que são 100 vezes mais precisas do que as medições realizadas usando o césio como padrão”, explicou Liz Donley, chefe do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA ao IFLScience.

Mas calma, essa mudança será insignificante para nós, que utilizamos nossos relógios para saber quando acordar de manhã. Quem se importa mesmo com um segundo ultra-preciso são cientistas que trabalham com áreas de pesquisa onde milésimos de segundo são uma eternidade — como a física de partículas, por exemplo.

Outros detalhes desta possível mudança serão discutidos e aprovados durante a Conferência Internacional de Pesos e Medidas, entre 15 e 18 de novembro deste ano. O tempo dirá.

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