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Raios ascendentes são flagrados no Brasil

Os raios ascendentes já são estudados há alguns anos em países como Estados Unidos e Japão, mas agora, graças aos esforços do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), eles foram pela primeira vez detectados e analisados no Brasil. Espera, mas o que é, afinal, um raio ascendente? Vá pela explicação […]

Raio.

Os raios ascendentes já são estudados há alguns anos em países como Estados Unidos e Japão, mas agora, graças aos esforços do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), eles foram pela primeira vez detectados e analisados no Brasil. Espera, mas o que é, afinal, um raio ascendente?

Vá pela explicação mais lógica dentro da terminologia. Um raio ascendente é o oposto de um raio descendente, ou seja, em vez de cair do céu, ele nasce em terra firme e vai para cima. A explicação da Fapesp é mais precisa:

“Conhecidas como raios ascendentes, essas descargas atmosféricas são originadas por estruturas elevadas, como torres de telecomunicação ou para-raios de edifícios altos.

Em função de suas altitudes, essas estruturas podem concentrar em seus topos uma grande quantidade de carga elétrica induzida e de sinal oposto à carga da base de uma nuvem de tempestade que passa sobre ela. Com isso, durante uma tempestade, inicia-se uma descarga na estrutura que se propaga em direção à nuvem.”

O Elat conseguiu flagrar esses raios no Pico do Jaraguá, o ponto mais alto da cidade de São Paulo, a 1135 metros do nível do mar, usando câmeras de alta velocidade que registram 4 mil quadros por segundo. Eles monitoraram o local no final de janeiro e começo de março e, na última vez, detectaram uma taxa de raios ascendentes incrível: em sete minutos de observação foram sete do tipo. A título comparativo, o Empire State Building, de Nova Iorque, gera 26 raios ascendentes por ano.

A observação desses raios ascendentes continuará e espera-se que ela traga respostas para a alta incidência deles na região e, principalmente, que ajude a rever normas de proteção para grandes construções, tanto em centros urbanos como São Paulo, que conta com prédios cada vez mais altos, quanto para as usinas eólicas, onde uma descarga do gênero é capaz de destruir completamente uma turbina dessas — diferente das descendentes, cuja carga se espalha em diversos pontos do solo, um raio ascendente concentra toda a sua força e um único local. Como efeito colateral, o estudo também ajudará a aperfeiçoar os sistemas de detecção de descargas atmosféricas. [Fapesp. Foto (de um raio descendente, diga-se): Kelly DeLay/Flickr]

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