Este sistema de rastreamento de aviões via GPS cria estradas no céu

Em centros de tráfego movimentado, como o Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago, nos EUA, aviões podem passar um longo tempo esperando por sua vez de pousar. E em aeroportos como o de Galeão, no Rio de Janeiro, os pilotos precisam enfrentar trajetórias apertadas para evitar centros populacionais lotados e colinas na sua chegada. Mas graças […]

Em centros de tráfego movimentado, como o Aeroporto Internacional O’Hare, em Chicago, nos EUA, aviões podem passar um longo tempo esperando por sua vez de pousar. E em aeroportos como o de Galeão, no Rio de Janeiro, os pilotos precisam enfrentar trajetórias apertadas para evitar centros populacionais lotados e colinas na sua chegada. Mas graças a um novo ultrapreciso sistema de rastreamento por GPS, aeronaves não precisarão mais lidar com torres de controle sobrecarregadas e sinalizadores de navegação.

A tecnologia é conhecida como Performance de Navegação Requerida (RNP, da sigla em inglês). Ao contrário de sistemas de gerenciamento de tráfego da era Eisenhower e sinalizadores de radionavegação terrestres usados atualmente, a RNP usa a navegação por satélite GPS para rastrear aviões com uma precisão de 10 metros e 10 segundos antes da sua chegada. Ela também exige que aviões voem ao longo de rotas tridimensionais específicas (como o GIF abaixo), resultando em uma trajetória de voo mais eficiente para o avião, menos tempo de voo para viajantes e menos custo de combustível para companhias aéreas, além de menor emissão de gases do efeito estufa. Todo mundo ganha.

gif_320x180_0276c7A RNP é mais um sistema do que uma única peça de tecnologia. Desenvolvida pela GE Aviation, ela combina software, hardware e procedimento de forma bem similar ao que é conhecido como navegação de área (RNAV, que é diferente por não exigir monitoramento de desempenho a bordo e o alerta de que o piloto pode voar fora das linhas) para garantir que toda a operação de aeronave em um espaço aéreo específico esteja dentro dos limites pelo menos 95% do tempo. Isso permite aos controladores de voo desenvolverem abordagens de destino específico que evitem áreas sensíveis a ruído e obstáculos geográficos.

Dependendo de condições topológicas específicas, o nível de tolerância permitido por um RNP pode variar. Se uma área tem um RNP de 10, por exemplo, como acima de oceanos, toda a operação de aeronaves neste espaço precisa ser capaz de calcular as posições dentro de um raio de 10 milhas náuticas. Um RNP de .1, como no caso do Rio de Janeiro, significa que precisa ser resolvido em um décimo de uma milha náutica (1 milha náutica é o equivalente a 1.852 metros).

ku-mediumA tecnologia RNP ganhou força lentamente em aeroportos ao redor do mundo nos últimos anos, mas a taxa de adoção está crescendo, especialmente com todo o custo real de economia que o sistema oferece. Aqui no Brasil, o sistema já foi instalado em quase uma dúzia de aeroportos, e os aviões viajam 35km a menos do que antes e gastam 7,5 minutos a menos para pousar, o que significa uma economia de mais de 730kg de emissões e redução operacional de US$ 24 milhões nos próximos cinco anos. Na Nova Zelândia, no Aeroporto Queenstown, o sistema reduziu os atrasos mensais acumulados de 2.400 minutos para 200 minutos. Em Temuco, no Chile, e Cajamarca, no Peru, o sistema simplificou drasticamente os padrões de chegada em áreas montanhosas (veja na imagem ao lado), e em Cusco, no Peru, na encosta de Machu Picchu, o sistema reduziu cancelamentos de voo baseados em tempo por impressionantes 60%. [GE Reports 123 – Wikipedia – FAA – Jeppesen – AEA – GIF: GE Tumblr – Antes/Depois: LAN Airlines]

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