Ratos com mochila podem ajudar a encontrar sobreviventes de terremotos

Os animais, que seriam equipados com uma mochila tecnológica durante as atividades, estão sendo treinados em uma zona de desastre simulada na Tanzânia
Ratos com mochila podem ajudar a encontrar sobreviventes de terremotos
Imagem: Apopo/Divulgação

A APOPO, uma organização não governamental belga, foi criada durante a década de 1990 com o objetivo de treinar ratos para serem utilizados na detecção de minas terrestres e tuberculose. Agora, os cientistas acreditam que os roedores podem ser úteis em uma nova função. 

O projeto está treinando ratos para ajudar socorristas a procurar sobreviventes após desastres, como terremotos e desabamentos. Os roedores não entrariam nos escombros despreparados, mas sim equipados com uma mini mochila com GPS.

O protótipo da mochila consiste em um recipiente plástico impresso em 3D com uma câmera acoplada capaz de enviar imagens ao vivo a um computador. A equipe utilizou o tecido neopreno, o mesmo usado nas roupas de mergulho, para criar o colete que prende o equipamento ao animal. 

Há apenas um problema: o tamanho das malas ainda não é compacto o suficiente para que os ratos entrem nos escombros e atravessem espaços menores. Os pesquisadores pretendem desenvolver um equipamento menor, além de adicionar microfones para que a equipe de resgate possa se comunicar com possíveis sobreviventes.

Os roedores estão sendo treinados em uma zona de desastre simulada na Tanzânia. O objetivo dos cientistas é tornar o animal apto o suficiente para localizar uma pessoa, puxar um interruptor em seu colete para notificar a conquista e retornar à base. 

Os ratos foram escolhidos para entrar em zonas de terremotos devido ao espírito aventureiro, tamanho pequeno e olfato apurado. Aos poucos, os pesquisadores pretendem aumentar a complexidade do ambiente em que os animais estão sendo treinados, tornando-o mais parecido com o que encontrariam na vida real. Os roedores devem levar entre nove e 12 meses para serem treinados. 

Não é a primeira vez que cientistas apostam em animais para buscar vítimas em escombros. Pesquisadores do RIKEN Cluster for Pioneering Research (CPR), no Japão, desenvolveram um aparelho capaz de transformar baratas em pequenos robôs. A ideia é utilizar os insetos ciborgues para encontrar sobreviventes em desastres. Saiba detalhes neste texto do Giz Brasil.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas