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Refazendo as contas: a Rainha Elizabeth, da Inglaterra, morreu há 20 anos

Apesar da gafe da Folha de S. Paulo, de fato a rainha Elizabeth morreu, mas não a atual, e sim sua mãe, a exatos 20 anos atrás

ATUALIZAÇÃO

A atual Rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª, teve sua morte confirmada nesta quinta-feira (8 de setembro), aos 96 anos. Em 12 abril de 2022, porém, seu falecimento já havia sido anunciado de forma errônea pela imprensa brasileira — curiosamente, no mesmo dia em que, 20 anos antes, sua mãe, Elizabeth 1ª, morreu. É essa a história que esta matéria conta. Vamos a ela.

No dia 12 de abril deste ano, o jornal Folha de S. Paulo se tornou assunto até mesmo fora do Brasil após publicar online, por engano, a morte da rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra.

Mesmo tirando o conteúdo do ar minutos depois, houve tempo suficiente para a notícia se espalhar e gerar espanto e susto com a informação repentina.

A repercussão bateu imediatamente entre os ingleses. O The Guardian, um dos principais jornais da Inglaterra, não perdoou o engano: “Dead wrong: Brazilian newspaper ridiculed after saying Queen has died”. Numa tradução literal, “Morto errado: jornal brasileiro ridicularizado após dizer que a Rainha morreu”. A expressão “dead wrong” também pode ser entendida como “totalmente errado”.

Mas, por uma dessas inexplicáveis coincidências, quem morria há exatos 20 anos, num dia 12 de abril, era exatamente a mãe da Elizabeth 2ª — que também se chamava Elizabeth e ficou conhecida como “Rainha Mãe”. Seu nome era Elizabeth Bowes-Lyon, viveu por longos 101 anos, foi a rainha dos ingleses entre 1936 e 1952, e morreu no dia 30 de março de 2002.

Para quem ficou confuso com a quantidade de Betinhas — como é chamada carinhosamente a Rainha Elizabeth 2ª –, a gente explica a ordem para não ficar dúvidas e ninguém mais morrer por engano. São três rainhas Elizabeths.

A primeira com esse nome foi Elizabeth 1º, rainha da Inglaterra e da Irlanda de 1558 até 1603, ano de sua morte.

A segunda foi Elizabeth Bowes-Lyon, a Rainha Mãe, que ficou entre 1936 e 1952 e não tinha o número 2 à frente do nome.

E por último, a mais conhecida e atual rainha: Elizabeth 2ª. Essa sim, acrescentou o numeral para se denominar a segunda rainha com o mesmo nome, já que sua mãe era apenas Elizabeth.

Na publicação de ontem (11) da Folha, o texto virou meme por não dar detalhes sobre data ou causa da morte da rainha, substituindo-as por “XXXXX“. Vale lembrar que a monarca pegou Covid-19 recentemente e muito se especulou sobre seu estado.

Rainha Mãe

imagem: wikipedia / reprodução

Mas, e a Elizabeth mãe? Sabe qual a causa da morte da soberana que, assim como sua filha, presenciou grandes acontecimentos na história do mundo?

Elizabeth morreu no dia 30 de março de 2002 enquanto dormia no Chalé Real, em Windsor, com sua filha rainha ao seu lado. Ela estava sofrendo de um resfriado que durava quatro meses. A rainha mãe tinha 101 anos. Na época de sua morte, ela era o membro da família real britânica com a maior longevidade da história.

E para quem deseja saber, sim, a Folha de S. Paulo também noticiou a morte da Rainha Mãe e o texto não é tão diferente da notícia errada. Uma das poucas diferenças é que, além de não ter acontecido de verdade, a primeira foi escrita com exatos 20 anos e 10 dias de diferença.

Confira:

Elizabeth mãe

“A rainha-mãe Elizabeth, 101, do Reino Unido, morreu ontem enquanto dormia, de acordo com um comunicado oficial. Mãe da rainha Elizabeth 2ª, Elizabeth Angela Marguerite Bowes-Lyon foi rainha consorte do rei George 6º de 1937 a 1952, ano em que o rei morreu e a coroa passou para a filha mais velha do casal’, disse o texto na ocasião.

Elizabeth 2º

A Rainha Elizabeth 2º, que por mais de 7 décadas ocupou o trono britânico e se tornou símbolo da monarquia em todo mundo, morreu nesta XXXXXXX-feira (XX), aos XX anos, em decorrência de XXXXXXX. Seu filho mais velho, o príncipe Charles, deve sucedê-la no trono”, disse a nota de ontem.

Apesar de ter gerado vários memes, é importante ressaltar que textos de obituários são rotineiros em redações de jornais. É uma prática comum que os veículos de comunicação se preparem com antecedência a eventos importantes como a morte de personalidades mundialmente conhecidas.

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