Reino Unido e UE vão exigir que carros novos incluam dispositivos que impeçam excesso de velocidade

União Europeia irá votar em setembro deste ano a nova lei; Reino Unido não escapa da regulamentação, mesmo com o Brexit acontecendo.
Matt Dunham/AP

É provável que a União Europeia promulgue novos regulamentos que exigirão que todos os automóveis novos vendidos na Europa e no Reino Unido após maio de 2022 venham equipados com tecnologia que obrigue os veículos a desacelerar ou a frear quando excederem o limite de velocidade. A expectativa é de que essa medida salve milhares de vidas todos os anos, mas os críticos receiam que ela possa ter consequências indesejáveis.

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Além da novidade, os carros teriam que ter bafômetros embutidos, sistemas de reconhecimento de distração que avisam os motoristas se eles parecem estar ficando sonolentos ou sem foco na direção e gravadores de dados que documentam o que acontece durante um acidente.

A BBC e o Guardian noticiaram que as novas regras, conhecidas como Regulamento Geral de Segurança, foram provisoriamente acordadas pela União Europeia e que o Departamento de Transportes afirmou que o Reino Unido estaria sujeito às regras independentemente do Brexit.

(“Todos os anos, 25 mil pessoas perdem a vida nas nossas estradas. Isso tem que acabar! Com as novas e avançadas funcionalidades de #segurançadocarro que se tornarão obrigatórias, podemos ter o mesmo tipo de impacto que quando os cintos de segurança foram introduzidos pela primeira vez.”)

As novas regras ainda precisam ser aprovadas pelo Parlamento Europeu, o que deverá acontecer em setembro.

Como aponta a Fortune, alguns veículos de luxo de Honda, Ford e outros fabricantes já possuem tecnologia de assistência de velocidade de inteligência (ISA, na sigla em inglês). A tecnologia detecta o limite de velocidade em uma área por meio de câmeras de reconhecimento de sinais e GPS. Se o sistema vê que o carro está viajando acima desse limite, ele alerta o motorista e desacelera o veículo.

Quando a ISA entra em ação, os motoristas podem ignorar os freios acelerando.

“Houve apenas alguns momentos nos últimos 50 anos que podem ser descritos como grandes avanços para a segurança rodoviária na Europa”, disse Antonio Avenoso, diretor executivo do Conselho Europeu de Segurança dos Transportes, em um comunicado. “A introdução obrigatória do cinto de segurança foi uma delas, e as primeiras normas mínimas de segurança contra acidentes da União Europeia, acordadas em 1998, foram outras.”

“Se o acordo de ontem à noite (26) receber a aprovação formal, representará mais um desses momentos, evitando 25 mil mortes dentro de 15 anos após a entrada em vigor”, afirmou Avenoso, referindo-se ao acordo provisório da UE.

Segundo a BBC, Edmund King, presidente da Associação Automobilística, do Reino Unido, disse que não tem dúvida de que a nova regulamentação salvaria vidas, mas alertou para as consequências inesperadas da aplicação da ISA. “A velocidade certa está muitas vezes abaixo do limite de velocidade — por exemplo, em frente a uma escola com crianças —, mas, com a ISA, pode haver uma tentação de ir na velocidade máxima permitida”, ponderou King à BBC.

[Guardian, BBC]

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